VAI QUE É TUA SÃO FRANCISCO!

“A crônica requer um ar

Brincalhão e galhofeiro ,

Ainda tratando de coisas

Sérias” (Machado de Assis)

Barbaridade! Este Recanto é que nem vicio de cigarro, no primeiro dia a gente suporta, no segundo também, mas no terceiro a gente começa a subir pelas paredes e eu que não sou de sofrer torturas, voltei, e como diz o poeta, aqui é meu lugar. Como estou contente pela volta, direi para o culto leitor, versos de Lord Byron: “Dêem-nos vinhos e mulheres (homens, acrescento), risos e alegrias – sermões e água gasosa que fiquem para outro dia”.

Além da contenteza da volta, exultam-se as notícias alvissareiras trombeteadas pelo nosso honorável presidente, que a toda hora proclama que nunca nestepaiZ tantos comeram tanto; tantos compraram tanto; tantos ganharam tanto; tantos viajaram tanto, que estou começando a acreditar que isto aqui é o melhor pedaço da América do Sul e acho que vou me dá bem e já me sinto criatura do primeiro Mundo, até já ando enrolando a língua no espanhol, (por qué não te callas?); francês,(II faut profiter du temps et des bonnes choses de la vie; inglês, ( the book on de table) e arranhando o italiano, ( Mamma mia, Che bellezza baciare!). Só falta tomar sorvete no point “Gela Goela” pra me entrosar com a turma.

Não é brincadeira não, estou me sentindo nababo nesta era Lula, vejamos: ganho o mínimo, que é o máximo, dá pra cobrir a prestação do palacete onde moro, pagar meu plano de saúde, com direito a ambulância aérea, posso ficar doente e morrer aonde quiser: Oropa, França e Bahia.. Só não faço compras todos os meses em New York enrolada no meu mink, porque tenho medo de avião. Alimentação? Se não como codorna recheada com patê de fígado de ganso é porque não gosto, mas posso muito bem comer frango grelhado aqui em casa, sem que nenhum dos dois esteja doente. Isto sem falar na prestação do consórcio de um possante importado.

Sim, esqueci de dizer que a Gal canta aqui no meu pé de ouvido, cujo som sai de um “ Home Theater” de última geração, a canção “Baby I Love you”. E assim, anestesiada, vejo o tempo passar, enquanto os arautos apregoam um nova eleição e em matéria de candidatos, a especulação anda à solta.

Dentro deste contexto, também me dou o direito de especular. Pensando aqui com o meu zíper, pois os botões já eram, na condição de eleitora e baseada nos ensaios de psicologia do ex-professor da Universidade de Barcelona, Emílio y Lopes, não desejo para meu prefeito, varão ou “varoa”, com as seguintes características:

HOMEM OU MULHER – GELATINA que nunca fez coisa alguma de proveitoso e tudo que se possa contar no haver de sua vida aí foi posto por vontade alheia. Sua constituição que não é sólida, nem líquida, nem gasosa, permitindo-lhe adaptar-se a qualquer recipiente e servir de adorno a qualquer prato, mas sem conseguir jamais ser um prato.

HOMEM OU MULHER –CORTIÇA – aquele que emerge e sobressai sempre se agitam os mares da paixão política, o “coringa” que serve para completar os trunfos de qualquer vasa, em qualquer jogo oportunista cujo aparente êxito resulta – como a própria cortiça – de sua leveza, isto é, da sua falta de densidade ou peso específico.

HOMEM OU MULHER – CHUMBO – o que não muda de opinião, aquele que se torna impassível tão depressa lance âncora em qualquer problema ou situação, que usa técnica da interação, isto é, na teimosia repetição das mesmas reações até que, por cansaço ou descuido, esgota seus adversários.

HOMEM OU MULHER – VIDRO - sua característica essencial é sua fragilidade, que se acha ligada à sua aparente dureza e a singular transparência. Não tem maleabilidade nem plasticidade, desfaz-se e desmorona-se em pedaços, que dificilmente poderão ser de novo reunidos, quando lhe falta ou oscila o pedestal em que se colocou.

Excluídos os tipos com as características acima enumeradas, a minha escolha recaírá sobre alguém que pense assim: “COMO PUDE GOZAR TANTO DE RIQUEZA, ENQUANTO OS MISERÁVEIS ERRAM PELAS ESTRADAS À CATA DE UM PEDAÇO DE PÃO? COMO PODE HAVER TANTA INJUSTIÇA, TANTO LUXO AO LADO DE TANTA POBREZA?” Para este direi: “ VAI QUE É TUA SÃO FRANCISCO! VAI E RESTAURE A MINHA CIDADE”.

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 28/07/2008
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