Um vício se instalou em mim
Hoje na minha curiosidade de abrir a minha escrivaninha, passei antes pra ler os textos publicados dos amigos poetas, o que faço constantemente numa sede desenfreada que busca as águas de um manancial que corre puro e cristalino. Desejei muito lê-los ontem a noite, mas acredito que o site estivesse passando por problemas técnicos pois não consegui abri-lo e assim cansada fui dormir, triste , solitária, com a boca e o coração secos dessas águas que descem fluentes como um rio e desembocam suavemente em mim e que já se alagam no meu interior.
Viver um só dia sem lê-los é uma cruz pra mim , é um desassossego, é agonia que me leva a angústia.Não posso mais me livrar desse vício que é está aqui a espreitar cada verso, a esperar cada publicação. A querer sondar o universo em que vive cada amigo poeta. E assim descobrir um pouco mais deles e conhecer muito mais de mim através da reflexão que proporciona os versos lidos.
Li e senti minha sede amenizar, mas depois de certo tempo começou a tomar conta de todo meu ser e gotas de leitura não são mais suficientes pra saciar essa sede. Um copo, dois, um banho quem sabe? Não. Não passa a sede, só aumenta, se desenvolve, cria um vazio e é necessário mergulhar de corpo e alma sobre esse rio, essa lagoa de notas e letras belas que transborda em mim. Já não posso apenas banhar os pés. É necessário mergulhar profundo, no obscuro das entrelinhas pra só assim me purificar.
Assim sendo estou aqui a me lavar nessa cachoeira calma que revigora e traz alento. Lava por dentro. Estou aqui a saborear essa água doce, pura. Que vem do alto, vêm da alma, e sela a paz em meu interior.
Estou aqui a me purificar e a mergulhar não só até os artelhos, mas sim de corpo inteiro, alma e versos. E por certo sei, que essa fonte não minguará, mas fluirá a cada dia, revitalizando quem dela tomar.Essa onda de águas mornas e calmas sarará o aflito, abrirá os olhos dos cegos, dará nova visão de mundo.
O sedento achará água saborosa e miraculosa, uma água capaz de prover sustento e abandonará a bebedeira de águas turvas e insípidas.
Eu aqui continuarei: Nesse rio que transparece minha alma e flui por minhas artérias e deságua no meu espírito evocando paz e sossego, fazendo-me amiga do meu ego e levando-me a um oceano de amor e sabedoria.