AMIGAS QUE SE ENCONTRAM
(A visita de Claraluna à Milla, em Sampa)
**A aventura continua – segundo dia**
E, então, na sexta-feira, as meninas e o amigo Conrado, já descansados da viagem de Brasília até São Paulo e das pernadas do dia anterior, encontramo-nos no hall do Hotel. Fomos até o Metrô República, há apenas um quarteirão dali, embarcamos e descemos no Bairro da Liberdade – um bairro todo colonizado e explorado por Japoneses, Chineses e Coreanos – estes, em menor número.
Entramos e saímos de lojas, Shoppings, admirando as peculiaridades daquele Bairro Oriental – agora mais peculiar ainda, pelas comemorações do centenário da imigração japonesa no Brasil – bem no centro do Capital Paulista. Conrado, o amigo italiano, estava extasiado com tudo o que presenciava.
Fizeram compras – muitas – ganhei um belíssimo kimono - presente de Hull – apesar de meus protestos e, um pouco cansados da peregrinação pelas lojas, aquele entra e sai, a fome apertou. Eu queria levá-los a um restaurante tradicional de São Paulo e, ali, bem próximo de onde estávamos, há o “Santa Teresa” – que é um misto de padaria, confeitaria, lanchonete e, no mezanino, o restaurante, serviço “à la carte”, tradicionalíssimo. É um prédio de 1.872, ao lado do Fórum João Mendes, freqüentado, quase que exclusivamente, por Advogados, Promotores e Juízes.
As paredes são decoradas com fotos antigas da cidade e, logo na entrada há o símbolo da Justiça e uma placa – homenagem aos juristas, freqüentadores do local.
Acomodamo-nos em uma mesa redonda, confortável – para cinco pessoas – fizemos nossos pedidos de comida e bebida. É claro quer tomamos o tradicional “chopp” da casa, não é? Aliás, três, cada um de nós. Afinal, estávamos cansados e desidratados e, após almoçarmos, a jornada continuaria. Precisávamos nos hidratar, urgente! E, ninguém é de ferro...
Após o almoço no Santa Teresa, magnífico, papo vai e papo vem, rindo bastante, tomamos um agradável cafezinho – para rebater o chopp – fizemos uma pequena caminhada até o Metrô, Estação São Bento – passando pelo coração da cidade, Praça da Sé, onde se localiza a Catedral da Sé, centro velho de São Paulo.
Tomamos o metrô, descendo na Estação da Luz, onde se localiza o Museu da Língua Portuguesa e, após enfrentarmos uma pequena fila, estávamos lá dentro.
O prédio, uma magistral arquitetura inglesa, abriga a Estação de trens e o Museu.
Visitamos a exposição em homenagem ao centenário de morte de Machado de Assis, adentramos em todos os “Capítulos” – e não salas – do Alienista, passando por Contos Fluminenses, até Quincas Borba, fizemos um passeio digitalizado pela obra desse magnífico representante de nossa Literatura. Puro encantamento e magia!
Ao sairmos do Museu – quase duas horas depois – estávamos satisfeitos de comida, bebida e cultura. E – pasmem – constatamos o interesse do povo brasileiro por cultura, literatura, pois, em plena tarde de sexta-feira, a lotação estava esgotada. Conrado ficou perplexo com o fato de pessoas de todas as idades e classes sociais estarem tão envolvidos com a história da Literatura e Língua Portuguesa. Na Itália, segundo seu relato, o berço dos Museus, não existe um sequer, de língua italiana.
Depois desse verdadeiro banho de cultura, as pernas um pouco doloridas pela jornada do dia, decidimos que era hora de retornarmos. Nos despedimos ali,
coloquei-os em um táxi – éramos cinco e os táxis da cidade só podem transportar quatro pessoas – e, portanto, segui a pé em direção a minha casa.
Caminhei por mais uns dois ou três quilômetros e, embora cansada, não senti o peso da caminhada, tão gratificante fora o dia! Eu com minha amiga Claraluna, Erô – sua irmã maravilhosa - Cacau, a sobrinha e Conrado, o amigo italiano que se deslumbra completamente pelo Brasil e por sua história. Impressionante!
Já em casa, tomei um banho gostoso, fiz um “escalda-pé” – para tirar o cansaço das pernas – deitei-me para descansar, acordando somente por volta de 23 horas.
Os amigos, pelo que soube no dia seguinte, ainda foram, à noite no Shopping Iguatemi – um local de classe média alta, localizado na Avenida Faria Lima, bairro dos Jardins. Conrado queria comprar – e o fez – uma capa de tecido impermeável e um blaizer, uma vez que, aqui, segundo ele próprio, existem todas as marcas famosas no mundo inteiro, pela metade do preço de lojas italianas.
E, amanhã, Sábado, iremos ao Museu do Ipiranga, onde tudo começou...
NA>> 1). Claraluna avisa aos amigos Recantistas, que só poderá se conectar a partir de terça-feira. Aguardem-na... Ela tem muito para contar!
2). E, por mim, peço desculpas por minha ausência dos amigos, esses dias, mas dediquei-me, total e integralmente a acompanhar minha amiga, na cidade.
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