AMIGAS QUE SE ENCONTRAM!!!
(A visita de Claraluna à Milla, em Sampa)
Quinta-feira abafada – nada mudou – em São Paulo. Nos noticiários, nada de novo. Tragédias, polícia caçando bandidos, polícia matando civis. O tempo continuará assim como está. Chuva?! Nem pensar, por esses próximos dias. Tem que se aprender a respirar em meio à poluição. Mas hoje a cidade amanheceu sorridente, algo está no ar.
Hoje é o dia “D”. Aguardo, ansiosamente, a chegada de minha amiga Hull – Claraluna. – que deverá desembarcar, por volta de meio dia, no Aeroporto de Congonhas. Não vejo a hora de encontrá-la e abraçá-la. A vida vale por isso, pelas amizades que construímos aqui.
Telefone toca. Atendo. É meu Dentista – Dr. Marcelo – solicitando a minha presença ás 14:00 hs., em seu consultório, para mais uma prova da barra de implantes. Não! Mas justo hoje? – Sim, não tenho outro horário, durante toda essa semana- responde-me ele, do outro lado.
E agora? Havia planejado estar no hall do Hotel, quando minha amiga chegasse, para recepcioná-la. Bom, pensar no que poderia ser e não foi, não vai resolver o meu problema. Sem mais delongas, preparo-me e saio, o quanto antes, para retornar logo.
É um pouco distante, Zona Norte da Capital Paulista. Tudo resolvido, prova feita, retorno, direto ao Hotel onde Hull ficará hospedada. Já no interior do ônibus – em direção ao Largo do Paissandu – zona central, ligo, do celular, para o Hotel.
- Ah! A Dona Hull!? Ela saiu para almoçar, com as irmãs e o “marido”. Deixo recado.
- Por favor, assim que ela retornar, avise-lhe que a Milla estará chegando aí em meia hora, mais ou menos, ok?
- Sim senhora, está anotado o recado. Aí é que me dei conta do horário. 15:00 hs. Já? O tempo passou tão rápido, ou fui eu que, com tantos compromissos para o mesmo horário, nem percebi o avançado da hora. Chego ao Hotel. Hull ainda não retornou.
Saio ali pelos arredores do Hotel. Entro em todos os restaurantes vizinhos, tentando encontrá-los. Missão quase impossível, em uma cidade-formigueiro como esta. Retorno ao Hotel, sento-me em uma poltrona macia, no hall, peço papel rascunho ao recepcionista e aproveito a espera, para escrever sobre esse primeiro dia. De repente percebi que bem poderíamos – Hull e eu – termos trocado os números de nossos celulares, que nos permite encontrar todo mundo em todos os lugares, a toda hora!
Esperei por quarenta minutos, terminei a primeira parte desse relato e eles...nada! E se ela ligou para meu telefone fixo, em casa? Deixo novo recado na recepção e vou para lá. Uns dois quilômetros, mais ou menos, distante do Hotel onde ela está. A passos rápidos, chego em casa, suada, um pouco exausta, já vou retirando toda a roupa, tomo um belo banho, deito-me com as pernas erguidas, verifico na secretária eletrônica e, como não havia nenhum recado dela, relaxo. Apenas a ansiedade de vê-la...
Por volta de 16:30 hs., torno a ligar para o Hotel e, maravilha, ela já retornou. Haviam ido até o Terraço Itália – o edifício mais alto da cidade – para admirarem a bela vista que se tem de lá do alto e almoçarem. Engraçado! O único local em que não me passou pela cabeça, procurá-los. E é um dos pontos mais visitados pelos turistas, ali, bem próximo. Eita! Que cabecinha a minha! Deve ser por conta desta ansiedade...
A emoção foi imensa, ao nos falarmos, assim tão próximas. Ela contou-me que estava com a irmã, a sobrinha Cacau e o “filho” italiano, Conrado – o “marido”, a que a recepcionista se referiu. Depois de rirmos muito dos desencontros, marcamos de nos encontrarmos para um café da tarde na padaria Sta. Ifigênia – um local recém-inaugurado, muito aconchegante, próximo ao Terraço Itália!
Retorno ao Hotel – mais dois quilômetros de caminhada – após um novo banho e roupas fresquinhas. Quando chego na recepção, nós nos reconhecemos imediatamente. Foi lindo o nosso encontro. Como se nos conhecêssemos há muitos anos e apenas estivéramos afastadas por um tempo. O abraço foi tão longo, caloroso e sincero, que tornou-se difícil nos apartarmos. Ela apresentou-me à irmã – uma doçura de pessoa – à sobrinha, Cacau – outra figura ímpar e ao Conrado, o “filho” importado da Itália. Lindo encontro! Quisera eu que todos sentissem um pouco da minha felicidade, naquela hora!
Depois de nos atermos à realidade do acontecido, de acreditarmos, realmente, que estávamos ali, frente a frente, fomos caminhando, por dentro da Praça da República, Colégio Caetano de Campos, Avenida São Luiz e Ipiranga, até o Edifício Copan, onde se localiza a padaria, sentamo-nos, confortavelmente e tomamos nosso café com biscoitos, doces, deliciosas iguarias e um papo pra lá de agradável. Parecia um sonho! Duas tontas que riam de tudo, felicidade estampada! A alegria escancarada em nossos rostos...
Depois do café, levei-os até o Shopping Higienópolis, onde passeamos um pouco, olhamos vitrines – como todo mundo – e, por volta de 20:00 hs., conduzi-os até o ponto de táxi, para que retornassem ao Hotel. Eu, como me encontrava em meu Bairro, próximo de casa, despedi-me, retornando, a pé, naquele início de noite agradável, pensando naquele encontro de amigas, tão desejado por nós!
Foi aí que descobri que não adiantaria nada, Hull e eu, termos trocado nossos números de celulares, para facilitar a comunicação. Ela esquecera o dela em Brasília!!!
Ha...ha...ha...ha!
Bem, amanhã tem mais, dessa aventura genial!