C O L E T Â N E A

Numa noite fria de julho, acordado, depois de tomar um estimulante, comecei a pescar algumas frases que eu tinha anotado num passado próximo futuro, então fiz esta coletânea, que dedico, lógico, primeiro para a Tânia, depois pra vocês, meus cúmplices. Tudo começou quando eu terminei.

Você é um amigo de mil anos atrás ou de dois mil anos depois? Não vou deixar de olhar as maravilhas de Deus porque o tempo está nublado. Chuva de demagogia na praça pública, todos falando (nada) ao mesmo tempo, tempo de política, sofrimento para os ouvintes. Mais ou menos? Muito mais que menos. Menos mal. Todas as obras-primas feitas pelo homem, foram realizadas graças às matérias-primas emprestadas por Deus. Apesar de todo o acontecido, apesar de todos os pesares, onde foi mesmo que judas perdeu as botas? O Deus Sol se voltou para seus súditos e falou e disse: Brilhem!

Como disse o poeta, obrigada Senhor, por mais um dia, apesar das pedras no meio do caminho. Eis-me aqui e agora e depois, amanhã já vem, madrugada a dentro, eu de fora, agora é hora, pra quê?

Quantas palavras - neste quebra-cabeça-quebrado- preciso para entender seu pensamento, que nunca entendo?

Cada ação tem sua própria reação, no meu caso, alergia a qualquer tipo de ressentimento, falso testemunho, sacanagens de qualquer vertentes, discriminações, quaisquer que sejam, por isso, reajo, ajo, e mando, em vez de balas, balões de todas as cores para colorir o mundo.

É melhor esperar do que desesperar; frase de efeito duvidoso, sintoma não conhecido, resultado pra lá de desconhecido. De tanto bater (e apanhar), meu coração parou, de sofrer, agora é só alegoria.

Tudo começou quando minha onda acabou. Nada começou quando minha onda quebrou. Quebrei a onda e o mar inteiro. Preciso de tempo e a onda já voltou, não quebrou? Sempre quebrando, a onda, e eu quebrado.

Acompanhado apenas de minha caneta, aguardava ansioso o momento de encontrar algum personagem de livros que ainda não li.

E então a caneta, com vida própria, desatou a escrever, eu, atônito, atômico, que não sabia controlar verbo, imperfeito, repeti os mesmos erros de meus antepassados, passados tantos anos, não busquei o mais importante, a felecidade. E o tempo, não espera, e eu só queria um personagem, para minha estória, escrever.

florencio mendonça
Enviado por florencio mendonça em 25/07/2008
Reeditado em 05/05/2015
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