Felicidade

Nas andanças pelo mundo a fora, sempre indago à minha mente sobre o que deve ser essa tal de felicidade. Vejo rostos alegres de casais nas calçadas e trombo com as sombras sujas que as cidades escondem nos becos escuros do desinteresse social. Mas, mesmo com todos os contrates, acho a felicidade em todos os lugares bem como a tristeza, nunca encontrando a resposta da questão que não se cala, desta maneira tendo a crer que a felicidade pode estar no olhar que alumia o ser amado bem como num bom gole de cachaça que nos transporte para outra realidade.

Talvez a simplicidade pudesse ser a chave para minha pergunta, talvez por que, na simplicidade, só sejamos felizes por nunca termos conhecido o lado glorioso e brilhante da luxúria mas, como ter certeza disso?

De certo, sei que a felicidade não é uma constância, e sim pequenos quadros que se intercalam entre a insanidade emocional e a sanidade racional, essa tal de constância tem como premissa nunca revelar a face do que ela vem representar. Seria impossível conhecer o outro lado de uma coisa que nunca deixou de ser a mesma, algo que permanece imutável na sua natureza; é inconcebível imaginar o sol provando da escuridão noturna, e é este quadro para mim que representa essa dama chamada Constância, essa uma que sempre quer ser mais do mesmo e nunca ter de provar do oposto. Até pela sua natureza, essa tal é nostálgica por ser imutável, por não abrir precedentes para a quebra da rotina estabelecida sem o querer próprio.

Um bom exemplo para esse quadro é aquele cego que nunca conseguiu assistir um por do sol, será que ele seria mais feliz se tivesse tido a chance de enxergar um único e derradeiro anoitecer. Não adianta, por mais que nós pensemos nunca conseguiríamos entender se a tal da felicidade está no simples ou no pomposo, no amor ou no autoconhecimento, pois no final, o mundo poderia ter sido totalmente diferente se nós tivéssemos pego a primeira a direita após a cruzar com a tal consciência .

E então, o que você me diz sobre esta tal felicidade?

Diego Lapetina
Enviado por Diego Lapetina em 24/07/2008
Reeditado em 28/07/2008
Código do texto: T1096214
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