SÃO TOMÉ PEDE SOCORRO

Escrevo esse texto tomada pela indignação, principalmente depois de ouvir e ver as notícias sobre as modificações legislativas relacionadas aos crimes ambientais. quase que ao mesmo instante em que recebo notícias sobre o descaso com a defesa e preservação, ou pelo menos a tentavida de uma dessas ações, na cidade de São Tomé das Letras, Minas Gerais.

Boa parte dos brasileiros já ouviu falar dessa cidade, tida como um reduto de insanos, bruxos, viajantes ou qualquer outro titulo dado pela sociedade em carater pejorativo, isso é uma inverdade.

A cidade é um paraíso ecológico, ao adentrarmos no Estado de Minas somos agraciados pelas paisagens verdes e maravilhosas, essa paisagem vai mudando cada vez mais com a proximidade de São Tomé, em decorrência da exploração das pedreiras da região. Ela está tornando-se um deserto de pedras. São Tomé possui inúmeras cachoeiras, trilhas, matas e caminhos alternativos, abriga pousadas, campings, chalés e locais para retiro espiritual ou somente para descanso e renovação de energias, pois o clima é propício para isso. Seu povo é hospitaleiro, sua culinária maravilhosa, ali presa-se pela qualidade de vida.

A parte triste fica por conta do branco que toma conta dos cumes das montanhas, não fosse inferior ao descaso, à falta de respeito com a própria Carta Magna Brasileira. Faz-se necessário mencionar parte do conteúdo do Art.225 da mesma, a inicial e ousaria eu, dizer a mais importante: "TODOS tem DIREITO ao Meio Ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, IMPONDO-SE ao Poder Público e à coletividade o DEVER de DEFENDÊ-LO e PRESERVÁ-LO para as presentes e futuras gerações".

Meu questionamento se dá pelo fato de entender que: prefeitos, vereadores, deputados estaduais e federais, governadores, senadores SÃO parte do Poder Público, assim como parte e representantes da coletividade, devendo assim participar do processo de DEFESA E PRESERVAÇÃO ambiental em todo e qualquer lugar do território nacional, portanto, o que levaria-os a orientar um ambientalista, ou mesmo um pesquisador a esquecer uma certa área, no caso São Tomé, pois é um caso perdido?

Sinceramente, nem sei como caracterizar ou classificar tal ato.

Claro que posso adentrar pelo universo dos devaneios e achar que "existe uma paga por tal atitude", ou ainda que "a área está comercializada e faz-se vistas grossas para as infrações"ou seja, posso enumerar possibilidades mil. Mas eu prefiro dizer que isso é decorrente de falta de educação, isso mesmo, falta de Educação Ambiental, ignorância a respeito de sustentabilidade, falta de preocupação com seus filhos e netos, pois o momento é agora e o futuro pertence à deus, assim dá-lhe cometer ilegalidades, porque gerações futuras não são nossa responsabilidade.

Mais uma pergunta: como fica tudo isso, diante da infração constitucional? Uma afronta? Um crime? Ou pura falta de educação mesmo?

Não bastasse isso, estamos em ano eleitoral, e a moda é transgredir direitos, pasmem, ainda encontramos negociações com direitos garantidos pela Constituição, Estatuto da Criança e Adolescente ou mesmo Idoso, pois todos tem direito à saúde. O medicamento na rede pública é o que permite-os levar em frente seu tratamento. Isso é garantido sem discriminação de credo, cor, raça ou partido político.

Meu deus, até quando isso continua? Até quando vamos aceitar calados a retirada de direitos que são nossos? Quando vamos gritar por nossos direitos, freando essas atitudes?

Tenho orgulho de ser brasileira, ter visto o povo pedir Diretas Já, Impeachment...Está na hora de repensar, pois Meio Ambiente sou eu, é você, minha casa, sua casa, nossa vida.

GENTE!!!!!

São Tomé pede socorro com seus cumes brancos de pedras, com suas nascentes poluídas e pelo descaso de quem deveria bradar primeiro.

E eu questiono: até quando?

* caros leitores/amigos/colegas poetas:

Gostaria de pedir sua colaboração na divulgação desse texto, para o maior número de pessoas possível. estou escrevendo um abaixo assinado para defesa não só de São Tomé das Letras, mas de todas as cidades que sofram com a extração desenfreada transgredindo as Leis Ambientais. E claro usando da mídia para bradar o grito desse povo que sofre calado, por ameaças, por condicionamentos e pela simplicidade e falta de cultura formal.

Quando nos calamos, eis que gritam e tomam a frente os transgressores.

Fiquem a vontade para continuar a leitura e acompanhar os casos ambientais no meu blog:

www.rascunhosambientais.blogspot.com

Conto com vocês.

Grande Abraço.

Kay
Enviado por Kay em 23/07/2008
Código do texto: T1094271
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