CRIADOR E CRIATURA

A primeira vez que eu caduquei, eu não tinha nem nascido ainda. De lá para cá, entre internações e alucinações, melhorei muito. Expandi minha mente para algo mais transcendental, inimaginável, um pouco incongruente, e acima de tudo, capaz de por para correr qualquer lógica correspondente. Isto tudo eu estou tentando - um fato raro atualmente, concordo - explicar para vocês entenderem como tudo isto começou, mas uma coisa eu posso afirmar: não sei como vai terminar.

Primeiro, porque eu não sei o dia de amanhã, sei apenas que o sol nasce e se põe, magestosamente, escondendo, com sua magnitude, seu brilho, para que eu possa dormir, e sonhar, freudianamente.

Segundo, estes estalos na minha mente começaram há muito tempo, tempo demais, tempo que a física não explicaria, por isso não vou ficar me preocupando demais, nem de menos.

Terceiro, é certo que já nasci voando, desafiando todas as leis gravitacionais e saí por este mundo de meu deus, dando piruetas no ar, brincando de tudo quanto é loucura possível e impossível, até chegar num ponto indefinido, imaterial, supostamente incompreensível para nós, humanos, mas eu acredito em anjos e sabia que não era loucura, apenas diversão, os problemas eu deixei na terra.

Quarto, quinto, e por último, apenas espero que esta mensagem chegue até o coração de vocês, mexendo com as coronárias, remexendo com suas articulações, sacudindo o cérebro, numa sequência que ninguém pode entender nem explicar, nem o criador nem a criatura.

florencio mendonça
Enviado por florencio mendonça em 23/07/2008
Código do texto: T1093769
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