VIDA A DOIS
VIDA A DOIS
Moacir S. Papacosta
Céu e terra se encontram, eis que surge o romântico horizonte.
Bravos rios violentam as águas do mar... Pororocas da vida me fazem lembrar!
Laboriosas abelhas no fabrico do mel, buscando o néctar nas mais belas flores tem de tocar,
Bato palmas ao engenheiro joão-de-barro, que sem demagogia, desprovido de prumo e nível consegue sua morada arquitetar, fazendo ninho para sua família criar.
Tal qual céu e terra, o horizonte de uma vida a dois emerge quando há encontro de duas pessoas verdadeiramente apaixonadas. É o desprendimento do eu egoísta em busca da felicidade mútua, completando-se um no outro de forma tal a se tornarem um só corpo e uma só alma, transformando-se todos os momentos da vida em felicidade plena.
Jamais sejamos Homens e Mulheres pororocas, que no primeiro problema enfrentado pomos tudo a perder. Às vezes nos tornamos irredutíveis, outras nos exasperamos, muitas nos silenciamos, deixando nossa cara metade sem resposta, e o que é pior, na maioria das vezes nos esquecemos de dar oportunidade ao outro de falar, e não raras vezes, desentendimentos desastrosos resultam tão violentos que matrimônios acabam de vez no gabinete de um Juiz de Família, via Separação.
Nunca devemos nos esquecer que, todo ser humano é dotado de qualidades e defeitos e a arte para ser feliz nada mais é que aceitar o outro tal qual ele é, elogiando suas virtudes e ajudando-o a ser cada vez melhor.
Devemos exercitar, quantas vezes necessário for o diálogo e o perdão, elementos propulsores da Paz conjugal. É questão de paciência, aceitação e caridade, sobretudo!
Se num relacionamento cada cônjuge fizer cinqüenta por cento, haveremos de superar as tribulações que a vida tem a nos oferecer. E o mais importante nisso tudo é que se agirmos com coerência, daremos exemplos a nossos filhos e netos, os quais vêem em nós seus espelhos.
Sejamos como as incansáveis abelhas que de flor em flor retira o néctar para fabricar o doce mel, de sabor incomparável, capaz de chamar atenções de crianças, adolescentes, jovens, e adultos.
Não precisamos ser tão doces como mel, mas jamais amargos como o fel. Devemos ser ao menos participativos, como são as abelhas.
Numa colméia todos têm uma função específica, mas quando preciso, ajudam-se entre si.
A família deve exemplar-se na colméia tendo como grito de guerra: “Um por todos e todos por um”.
E o casal, por suas vez, deve se tocar mais, não com a rapidez com que as abelhas tocam as flores, mas de forma mais sutil, duradoura, cativante, trocando-se beijos, abraços e palavras estimulantes, de forma a engrandecer e fortificar o relacionamento.
Para mantermos uma vida convivência perfeita, devemos preocupar menor com o ter e mais com o ser, porque os bens materiais tendem a perecer, mas as virtudes ficarão para a eternidade.
Não adianta possuirmos enormes mansões se primeiro não cultivarmos amor o bastante para vivermos em harmonia dentro do nosso lar.
A casa do João de barro é bastante modesta, mas nem por isso vive infeliz com sua companheira, ao contrário, ao retornar a seu lar, após um longo dia de trabalho sobra-lhe tempo para cantar e cortejar sua amada.
A felicidade deve ser vivida a qualquer tempo, em qualquer lugar, na riqueza, na pobreza, em todos os momentos da nossa vida.
Enfim, a harmonia conjugal só atingirá sua plenitude se Homem e Mulher se despojarem de todos os preconceitos, de todos os pecados capitais, usufruindo-se do melhor que a vida tem a oferecer.
A Paz é fruto de amor incondicional, fiel e sereno, que dialoga e perdoa, quantas vezes necessário for.