Dominguinhos "Com certeza!"

Queremos aqui retratar. Fatos que envolvem nosso amigo, Dominguinhos “Com Certeza!”. Domingos é um ótimo profissional. Lida com construções. Todos gostam do seu jeito de ser. Não sabemos de onde tirou o tipo que quer representar. Mas ele é uma figura folclórica. Ele não tem estudo nenhum. Bebe sua pinguinha. Que chama de "drinks". Mas não falta no trabalho. No final de semana, ou quando chove, lá está, provocando o riso dos amigos.

Dominguinhos, se veste a rigor. Terno, gravata, camisa, sapatos, óculos escuros (mesmo com chuva), relógio, caneta no bolso. A qualquer elogio que recebe ele responde um “com certeza!”

-Hoje você está bonito, Domingos!

-Com certeza!

-Você está parecendo do Dr. Fulano!

- Com certeza!

Outro bordão muito usado por ele é: "Muita largueza!"

E assim vai pela cidade, ora provocando risos, ora provocando elogios. Numa cidade pequena do interior do Paraná, poucas pessoas usam o melhor traje. Chegou até a ser confundido com o promotor dentro do fórum.

Num passado recente, esse “Zé Bonitinho”, viveu com uma moça, portadora de necessidades especiais. Que não falava, ou falava muito pouco. Onde ia, ela acompanhava o Domingos. No bar, na pescaria, no trabalho, etc. Ele sempre cuidou muito bem da moça. “Com certeza!”. Por causa do bordão usado por ele, ela recebeu o nome de "Larga". Larga por tê-lo como marido...

Algumas pessoas queriam até separá-los, outros admiravam os seus cuidados.

Certo dia de um rigoroso inverno, Dominguinhos acordou, e percebeu que sua companheira estava morta. Gelada. Apesar de ter boas roupas eles não tinham boas cobertas. Ele olhou no relógio. Era meia-noite e meia. Acendeu um cigarro. Deu umas baforadas, virou-se para o outro lado e disse:

- Já morreu mesmo, o que eu posso fazer. Amanhã eu cuido de tudo! Com certeza!

Depois da morte dessa companheira, que para ambos foi um descanso. Ele mudou de lugar. Foi morar noutra cidade. Ali pelo seu jeito de se vestir, logo arrumou uma senhora de posses, uma viúva rica. A "Larga II". Que ele já procurava. “Com certeza!”. Casou-se com a Larga II, e na Igreja, outra gafe, quando interrogado pelo reverendo, se desejava aceitar a Sra. Larga II, como sua legítima esposa? Ele respondeu para o Padre: "..Capaz mesmo!”

Nosso herói continua o mesmo. Só mudou um pouco seu relacionamento com os amigos menos afortunados!

Theo Padilha
Enviado por Theo Padilha em 21/07/2008
Reeditado em 22/07/2008
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