Coisa de mãe
Se existe posição complicada é essa de mãe e mulher trabalhadora.
Triste dia em que resolvi mostrar para o mundo as minhas capacidades, e conseguí.
Ótimo. Pra todo mundo, menos pra mim. Tudo bem, pode pensar aí que estou reclamando de “barriga cheia”, que em tempos de desemprego e miséria ninguém pode reclamar do que tem, que é coisa de mulher egoísta e mimada.
Mas não é nada disso. Sinto uma falta tremenda do meu filhote!
Os dias passam, a semana, os meses. E sinto que estou perdendo um tempo precioso, de valor inigualável!
O tempo, este não contribui em nada, é implacável e eu diria até que é inimigo das mães. Nós, ficamos paradas, achando que eles vão depender de nós para sempre, enquanto os filhos crescem absurdamente a olhos vistos, vão criando asinhas e começam a voar sozinhos. Queria eu poder ter a fórmula de fazer com que cada ano durasse pelo menos três, para que pudéssemos ter os filhos bem pertinho de nós por mais tempo. Lógico que o que quero é que o meu filho cresça e torne-se um grande homem, independente, de muito sucesso. É só por isso que trabalho freneticamente, para garantir a mensalidade do colégio, do inglês, da natação... E o meu pequeno é tão incrível que sente o maior orgulho da mãe na posição que está, e quando falo que gostaria de ter mais tempo para estar com ele, retruca: “Mas não vai parar de trabalhar, não é mãe?”... Eu, claro, desmonto... Acho que toda mãe é insegura, quanto se está no caminho certo, principalmente quando sai pra trabalhar e deixa o seu tesouro aos cuidados alheios. O incrível é que o meu filho lida muito melhor com essa distância do que eu. É o que me alivia também.