Irmã Dorothy Stang
Ah! Minha irmã Dorothy, você faz falta. A sua voz que mostrava a ambição destruidora de alguns homens em busca do dinheiro com a derrubada da sua e da nossa floresta Amazônica, foi apagada!
Ah! Quantos tiros precisaram para silenciar a sua voz carregada de brasilidade, você não era mais norte-americana e nem brasileira, você já havia virado uma parte da floresta que a recebia sempre de braços abertos. Seria uma árvore uma ave, uma orquídea, um rio?...
Ah! Minha irmã, sem dúvida, não a esquecerei, como não podemos esquecer a sua voz, e a de tantos outros profetas e mártires desse mundo globalizado. Eles apontam as barbáries sem temer a morte, apontam os horrores, tais como: a derrubada da floresta, a poluição dos rios e mares e a escravidão das crianças, mulheres e homens em pleno século XXI.
Ah! Minha irmã Dorothy, você como tantos outros mártires mancharam com sangue a nossa terra: o verde-louro dessa flâmula agora tem o vermelho junto as suas cores. Sinto vergonha de tanta brutalidade e da omissão de quem governa o nosso Brasil!
Ah! Minha irmã Dorothy, mas ainda posso ouvi-la cantar junto a sua comunidade, sempre encorajando a todos sem medo e sem temor:
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico o brado retumbante,
E o sol da liberdade, em raios fúlgidos,
Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Se o penhor dessa igualdade
Conseguimos conquistar com braço forte,
Em teu seio, ó liberdade,
Desafia o nosso peito a própria morte!(...)