... VÉU DE NÉVOA ..!

Ainda me lembro!

Estava marcado para as 19:hs. Chovia desde muito cêdo. O vento friu, trancava as pessoas em suas casas. Alguns lugares estava a esmo. Mais parecia que a noite chegaria muito mais cêdo do que de costume. E seguia em marcha lenta. Não que estivesse pensando em desistir, não era isso. O tempo é que não ajudava. Alguem dissera-me que eu tinha "cabeça de chuva". Agora eu entendia o ´porque. Parecia que esse alguem tinha toda razão. Seguia em marcha lenta. As luzes foram acêsas mais cêdo. O tempo não ajudava. Era minha obrigação chegar lá mais cêdo. Eu não tinha relógio. Mais sabia muito bem a hora do meu compromisso. A névoa cinza, tapava-me a visão. Eu caminhava mais pelo estinto do que pela propia visão. Cheguei em frente a uma porta imensa para os tamanhos convêncionais. Parei. Bati três vezes, com bastante força. A porta rangeu, pesada, foi aberta as poucos. Sacudir-me da névoa e do friu. Adentrei cautelosamente. Fui avisado da hora. Sentei-me. Busquei proteger-me do friu. As luzes foram acendendo-se as poucos. As rosas já haviam sido colocadas. Havia um tapete verde estendido até o altar. Encaminhei-me até o banco inícial. Alí seria o melhor lugar para aguardar a minha hora.

Duas horas mais tarde, estava casado. Hoje, 18 anos depois, lembro-me muito bem da névoa. Quanto ao véu da noiva, não houve, mais é como se tivesse existido. Mesmo sem ele, ela estava linda molhada da névoa.

Axé !.