Morte ao Telemarketing

Existem pessoas que vieram ao mundo com o dom de tirar as outras completamente do sério. Hoje, especificamente, refiro-me aos “atochadores” de cartão de crédito. Tudo bem, eu costumo ser uma pessoa super do bem, mas não ultrapasse os limites, senão eu posso me transformar no mais malvado ser humano.

Ontem eu passei o dia recebendo telefonemas de empresas de cartão disso e daquilo. Resolvi, simplesmente, não me incomodar. Respondia que eu não estava em casa, que não era eu ao telefone. Deixei meu marido avisado que, se falassem com ele, dissesse que eu tinha ido para China e só voltaria após o término das olimpíadas.

Eis que hoje meu marido sai da cama por volta das nove e eu permaneço aninhada em estado de soninho. Sempre levo um pouco mais de tempo para levantar. Toca o telefone. Nove da manhã ainda é muito cedo para começar a infernizar a vida de alguém, mas eles o fizeram. Meu marido atendeu dizendo que não me ligassem mais, que eu não queria cartão e que processaria a empresa caso ligassem novamente para a nossa casa.

Meu marido saiu e eu fiquei em casa tranquilinha, organizando a festa de oitenta anos da minha vó querida. Toca o telefone. Medo. Não pode ser. De novo, não! Era outra empresa.

- “Senhora, Raquel...”

- “Olha, já basta vocês terem passado o dia inteiro me ligando ontem. Peço que não me liguem mais. Obrigada.”

- “Mas, senhora, Raquel... O cartão X...”

- “Eu estou te dizendo que eu não quero o cartão X e nem o Y”

- “A senhora trabalha com quais cartões?”

- “Eu não preciso te dar satisfação a respeito do cartão que uso. Repito que eu só não quero outro cartão.”

- “Por qual motivo a senhora não gostaria do cartão X? As vantagens...”

- “Pelo simples motivo de que eu NÃO QUERO. Simplesmente não quero ter outro cartão, seja ele qual for.”

- “Mas..”

- “Olha, eu já disse que não quero. Muito obrigada.”

Desliguei na cara. Deveria existir uma lei que não permitisse serviços de telemarketing. É um mal que tem se espalhado pelo mundo de forma assustadora e que acaba tirando a paz de dentro dos lares que deveriam ser os locais de maior privacidade do ser humano. Estou sendo muito intolerante? Talvez. Cansei. Não tenho mais paciência.

Raquel Corrêa
Enviado por Raquel Corrêa em 17/07/2008
Código do texto: T1084631
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