A EDUCAÇÃO FORMAL E O ELEITOR
Não teremos políticos à altura das aspirações nacionais enquanto o nível educacional dos eleitores for este recentemente divulgado. Apenas três e meio por cento dos eleitores nacionais possui curso superior completo. Se somarmos o percentual de analfabetos, analfabetos funcionais a àqueles que possuem somente o ensino fundamental, veremos que se trata de mais da metade do eleitorado nacional. Sem considerarmos o nível qualitativo do que chamamos de curso superior neste país, já temos um desastre mais do que configurado. Nem precisamos nos preocupar com a parcela dos eleitores que declararam possuir o superior incompleto, mesmo que isso dobre a quantidade destes que podemos classificar como mais instruídos e daí intuirmos tratar-se de parcela da população com acesso a informação e com capacidade de “digestão” da mesma.
O leitor amigo há de convir que se alguém se declara analfabeto, mesmo que apenas funcional, não deve ser leitor assíduo de jornais e informativos analíticos outros, que existem à disposição de todos. Do que se pode concluir que mesmo estando à disposição de todos, é consumido por poucos.
Existe um outro lado nesta questão, que traz um pouco de alento àqueles que, como eu, são otimistas por defeito de fabricação. Trata-se de outra pesquisa, que revelou que a maioria do eleitorado nacional é do sexo feminino. A mulher, pelo seu histórico e pela sua infinita capacidade de superar obstáculos (pela histórica dupla jornada, pela imensa quantidade delas que são arrimo de família, etc, etc) é desconfiada por natureza e, portanto, dificilmente se deixa seduzir com promessas vazias e demagógicas. Assim, mesmo a maioria do eleitorado sendo pouco ou nada instruído, a qualidade do voto nacional tem surpreendido.
Infelizmente, ainda há muito por fazer e apesar de não ver no futuro imediato nenhuma capacidade nos dirigentes e responsáveis pela educação (em sentido amplo), tenho para mim que dentro de uma ou duas gerações seremos realmente um país que terá uma maioria de gente séria e honesta dentre os políticos que decidem o destino da nave mãe. Confio mais nas mãeS a educarem seus filhos, a despeito de todos os obstáculos e agruras que a tarefa envolve (e enfrenta) e acredito que não conseguirão destruir e desprover a educação formal mais do que já o fizeram.