O Tempo e o Sonho
Era uma vez um menino, que achava que os problemas do mundo eram todos de fácil solução. Não compreendia por que as pessoas complicavam tanto aquilo que poderia ser resolvido facilmente. Se alguém está com frio, aquece-o. Se é ignorante, ensina-o e se pergunta, responde-lhe corretamente.
Quando não queria comer e sua mãe o lembrava que pessoas passavam fome enquanto ele recusava a comida, recomendava que se desse de comer aos necessitados e não a ele, que já estava satisfeito. Quando puseram grades na janela de seu quarto, explicaram que era preciso proteger-se contra ladrões. O protesto veio imediato: Se há ladrões é porque as pessoas que não têm seus próprios meios de adquirir as coisas e precisam roubar de quem tem.
Um dia um menino tomou seu lanche na escola. Ao tentar reavê-lo percebeu que o larápio estava disposto a enfrentá-lo para comer aquele lanche. Desistiu. Não era um dia sem lanche que iria justificar uma surra. Foi difícil explicar à mãe porque queria levar dois sanduíches para a escola no dia seguinte. Meu menino está melhorando o apetite, concluía a mãe. O menino faminto tornou-se seu amigo quando recebeu o inusitado presente, mas depois de alguns dias sumiu. Preferia roubar. Era um ato que, além de matar sua fome, impunha "respeito" perante os demais colegas.
Mas não foi só o menino do lanche que o decepcionou. Emprestou seu apito para um sorveteiro e sua "rosa-dos-ventos" para outro menino que passava na rua. Nunca mais os viu. Sentiu falta dos brinquedos, mas lamentou muito mais a perda dos prováveis amigos. Um dia viu passar pelo outro lado da rua aquele que levara sua rosa-dos-ventos. Tentou chamá-lo, perguntar porque não voltara. Mas o menino correu dele como se fosse da polícia.
Todos riam de sua ingenuidade. Pais, parentes e amigos deliciavam-se com sua histórias de como entregara seu lanche e seus brinquedos a estranhos, sem ao menos desconfiar de suas maldades. Mas o menino se sentia feliz. Nenhuma maldade era suficiente para endurecer seu coração. Sabia que, embora mal-intencionados, aqueles meninos haviam sido ajudados por ele. Que seu lanche alimentara um faminto. Que seu apito soava forte, ajudando o sorveteiro a atrair seus clientes. Que sua rosa-dos-ventos rodava livre e veloz, nas mãos daquele menino ignorante, que nem percebera que era apenas uma folha de papel, cortada e dobrada, presa a uma vareta por um alfinete. Podia fazer outra quando sentisse vontade. O conhecimento era a maior das virtudes.
Era uma vez um rapaz que não acreditava em dificuldades. Resolvia todos os problemas num piscar de olhos. Lógica era seu forte. Não havia equação matemática, fórmula ou problema que fosse insolúvel. Na escola era o melhor aluno. Seus amigos lhe pediam aulas particulares e nos dias de prova as carteiras próximas à sua eram disputadíssimas. Não que fosse estudioso, em absoluto. Na verdade era o mais preguiçoso. A preguiça deve ser a qualidade dos inteligentes pois, para não estudar depois, aprendem tudo na primeira lição.
Mas o rapaz tinha um defeito. Por ser muito aplicado, sua companhia só era desejada quando se falava em provas e estudos. No mais das vezes era desprezado por seus colegas. Não que fosse mau atleta ou dedo-duro, mas era um chato. Sempre tinha conselhos maduros e posições equilibradas. Nem parecia um adolescente. Namoradas então nem pensar.
A bondade de seu coração muitas vezes o magoou. As pessoas o envolviam com facilidade e sua ingenuidade não permitia que desconfiasse dos que se faziam de seus amigos.
E tantas decepções não foram suficientes para mudá-lo. Continuava acreditando nas pessoas e seu coração era puro.
Era uma vez um homem que acreditava que o mundo podia ser melhor. Sabia que haviam pessoas más, mas não acreditava que pudessem ser maioria. Em toda a sua vida encontrara pessoas boas, bem intencionadas, que provaram que o amor ao próximo e a lealdade são virtudes que podem e devem ser cultivadas.
Sua experiência lhe permitia distinguir as pessoas. Assim, os mal intencionados não conseguiam atingi-lo, embora às vezes ele os ajudasse e deixasse que pensassem está-lo enganando. Não se envolvia em fraudes e não aceitava a exploração dos humildes.
Quem o procurasse podia sempre contar com uma Mão amiga, um bom conselho, uma ajuda despretensiosa.. Fazia caridade e não foi à miséria, como seus amigos lhe previram. Ao contrário, sempre recebeu de Deus o pagamento multiplicado pela bondade de seu coração. Não fez fortuna mas vivia bem. Por vezes assumiu compromissos que não sabia como pagar, mas sempre conseguiu honrá-los. Aos incrédulos respondia com as palavras de Jesus: "A um dia já basta os seus próprios problemas".
Era uma vez um menino que virou rapaz e um rapaz que virou homem. Era uma vez um homem que, desde menino, achava que os problemas do mundo eram de fácil solução. Era uma vez um homem que, desde rapaz, não acreditava em dificuldades insuperáveis. Era uma vez um homem, que já foi menino e rapaz, e que conseguiu provar que é possível ser bom sem ser ingênuo e fazer caridade sem ir à miséria.
Aos que o condenam ou dele debocham, cita o trecho de uma música de John Lennon: You may say I'm a dreamer, but I'm not the only one_... - você pode dizer que em sou um sonhador, mas eu não sou o único. E tenho certeza de que estes que me acusam são aqueles que ajudam a fazer deste um mundo pior. O mundo é ruim, mas eu faço a minha parte para torná-lo melhor.
Era uma vez um menino, um rapaz e um homem que existem dentro de cada um de nós. E cada vez que despertam, são criticados e esmagados por nós mesmos, com medo do ridículo que possam parecer.
Era uma vez um menino, que achava que os problemas do mundo eram todos de fácil solução. Não compreendia por que as pessoas complicavam tanto aquilo que poderia ser resolvido facilmente. Se alguém está com frio, aquece-o. Se é ignorante, ensina-o e se pergunta, responde-lhe corretamente.
Quando não queria comer e sua mãe o lembrava que pessoas passavam fome enquanto ele recusava a comida, recomendava que se desse de comer aos necessitados e não a ele, que já estava satisfeito. Quando puseram grades na janela de seu quarto, explicaram que era preciso proteger-se contra ladrões. O protesto veio imediato: Se há ladrões é porque as pessoas que não têm seus próprios meios de adquirir as coisas e precisam roubar de quem tem.
Um dia um menino tomou seu lanche na escola. Ao tentar reavê-lo percebeu que o larápio estava disposto a enfrentá-lo para comer aquele lanche. Desistiu. Não era um dia sem lanche que iria justificar uma surra. Foi difícil explicar à mãe porque queria levar dois sanduíches para a escola no dia seguinte. Meu menino está melhorando o apetite, concluía a mãe. O menino faminto tornou-se seu amigo quando recebeu o inusitado presente, mas depois de alguns dias sumiu. Preferia roubar. Era um ato que, além de matar sua fome, impunha "respeito" perante os demais colegas.
Mas não foi só o menino do lanche que o decepcionou. Emprestou seu apito para um sorveteiro e sua "rosa-dos-ventos" para outro menino que passava na rua. Nunca mais os viu. Sentiu falta dos brinquedos, mas lamentou muito mais a perda dos prováveis amigos. Um dia viu passar pelo outro lado da rua aquele que levara sua rosa-dos-ventos. Tentou chamá-lo, perguntar porque não voltara. Mas o menino correu dele como se fosse da polícia.
Todos riam de sua ingenuidade. Pais, parentes e amigos deliciavam-se com sua histórias de como entregara seu lanche e seus brinquedos a estranhos, sem ao menos desconfiar de suas maldades. Mas o menino se sentia feliz. Nenhuma maldade era suficiente para endurecer seu coração. Sabia que, embora mal-intencionados, aqueles meninos haviam sido ajudados por ele. Que seu lanche alimentara um faminto. Que seu apito soava forte, ajudando o sorveteiro a atrair seus clientes. Que sua rosa-dos-ventos rodava livre e veloz, nas mãos daquele menino ignorante, que nem percebera que era apenas uma folha de papel, cortada e dobrada, presa a uma vareta por um alfinete. Podia fazer outra quando sentisse vontade. O conhecimento era a maior das virtudes.
Era uma vez um rapaz que não acreditava em dificuldades. Resolvia todos os problemas num piscar de olhos. Lógica era seu forte. Não havia equação matemática, fórmula ou problema que fosse insolúvel. Na escola era o melhor aluno. Seus amigos lhe pediam aulas particulares e nos dias de prova as carteiras próximas à sua eram disputadíssimas. Não que fosse estudioso, em absoluto. Na verdade era o mais preguiçoso. A preguiça deve ser a qualidade dos inteligentes pois, para não estudar depois, aprendem tudo na primeira lição.
Mas o rapaz tinha um defeito. Por ser muito aplicado, sua companhia só era desejada quando se falava em provas e estudos. No mais das vezes era desprezado por seus colegas. Não que fosse mau atleta ou dedo-duro, mas era um chato. Sempre tinha conselhos maduros e posições equilibradas. Nem parecia um adolescente. Namoradas então nem pensar.
A bondade de seu coração muitas vezes o magoou. As pessoas o envolviam com facilidade e sua ingenuidade não permitia que desconfiasse dos que se faziam de seus amigos.
E tantas decepções não foram suficientes para mudá-lo. Continuava acreditando nas pessoas e seu coração era puro.
Era uma vez um homem que acreditava que o mundo podia ser melhor. Sabia que haviam pessoas más, mas não acreditava que pudessem ser maioria. Em toda a sua vida encontrara pessoas boas, bem intencionadas, que provaram que o amor ao próximo e a lealdade são virtudes que podem e devem ser cultivadas.
Sua experiência lhe permitia distinguir as pessoas. Assim, os mal intencionados não conseguiam atingi-lo, embora às vezes ele os ajudasse e deixasse que pensassem está-lo enganando. Não se envolvia em fraudes e não aceitava a exploração dos humildes.
Quem o procurasse podia sempre contar com uma Mão amiga, um bom conselho, uma ajuda despretensiosa.. Fazia caridade e não foi à miséria, como seus amigos lhe previram. Ao contrário, sempre recebeu de Deus o pagamento multiplicado pela bondade de seu coração. Não fez fortuna mas vivia bem. Por vezes assumiu compromissos que não sabia como pagar, mas sempre conseguiu honrá-los. Aos incrédulos respondia com as palavras de Jesus: "A um dia já basta os seus próprios problemas".
Era uma vez um menino que virou rapaz e um rapaz que virou homem. Era uma vez um homem que, desde menino, achava que os problemas do mundo eram de fácil solução. Era uma vez um homem que, desde rapaz, não acreditava em dificuldades insuperáveis. Era uma vez um homem, que já foi menino e rapaz, e que conseguiu provar que é possível ser bom sem ser ingênuo e fazer caridade sem ir à miséria.
Aos que o condenam ou dele debocham, cita o trecho de uma música de John Lennon: You may say I'm a dreamer, but I'm not the only one_... - você pode dizer que em sou um sonhador, mas eu não sou o único. E tenho certeza de que estes que me acusam são aqueles que ajudam a fazer deste um mundo pior. O mundo é ruim, mas eu faço a minha parte para torná-lo melhor.
Era uma vez um menino, um rapaz e um homem que existem dentro de cada um de nós. E cada vez que despertam, são criticados e esmagados por nós mesmos, com medo do ridículo que possam parecer.