AMADURECER DÓI? - O Senhor Vento e Dona Borboleta(BFR)

É preciso AMADURECER para COMPREENDER.

Doeu...muito! Ainda dói..

Mas eis que chegou o grande dia;

O casulo rompeu-se e o que sobrou da desajeitada lagarta ficará lá dentro, para sempre;

O que dali sai é uma majestosa borboleta que curiosa, mas segura, aos poucos vai sentindo os primeiros raios de sol tocando seu novo corpo e experimenta extasiada a deliciosa sensação que o Vento suave traz ao roçar-lhe as asas pela primeira vez.

Asas que até então não sabia para que lhe serviria e que agora faz o velho Sr Vento parecer algo novo, desconhecido,mas muito agradável.

Nova é a sensação;

Novas são as asas;

O Sr Vento? Continuava o mesmo com certeza, mas ela, a desajeitada lagarta reclusa naquele casulo seguiu seu curso,completou seu ciclo:

Passou o que tinha de passar;

Sofreu o que tinha de sofrer;

Esperou pacientemente, porque realmente tinha de esperar;

Lutou como deveria lutar para se livrar aos poucos da necessária,mas felizmente temporária 'prisão' que insistia em dificultar a passagem da nova criatura ali, agora com asas.

Como se não bastasse tanta espera,ainda necessitava de novas doses de paciência para que aos poucos essa nova parte de seu corpo fosse tomando forma lá fora e só então poderia ir a encontro do Sr Vento que já aguardava o reencontro.

Ah sim, ele era o mesmo; Já ela, jamais seria; Só a alegria desse primeiro momento faria com que valesse a pena cada segundo da espera.

Sem a transformação não haveria aquela sensação maravilhosa que o vento proporcionava, tocando de leve suas asas;Pois é claro,não haveriam asas.

AMADURECER DÓI!

Mas há que AMADURECER PARA COMPREENDER o que antes parecia sem sentido;

AMADURECER para perceber o encanto escondido em coisas simples, corriqueiras, que agora ao novo olhar ganham novas cores,formas, como se fossem contempladas,saboreadas pela primeira vez. Depois da metamorfose chamada MA_TU_RI_DA_DE.

*BFR = Baseado em fatos reais.

**Depois de longo período no "casulo"...a Borboletinha aqui está de volta. Doeu...e muito! E que soprem os Ventos então!