O mané e o malandro
O que ainda não foi dito a respeito do vestibular? O assunto rende do primeiro dia de aula até o último! Porém, do muito que é dito pouco fica na memória. Simplesmente, às vezes, o jovem não quer ouvir.
O mal é da idade. É inocência acreditar que se tem todo o tempo do mundo. E um ano seguinte de cursinho, ou de particular. Mesmo que a reprovação não seja motivo para se fazer um inferno em terra, esse pensamento não deve ser usado como desculpa para uma atitude descompromissada durante o ano letivo.
Existem dois tipos de candidatos: o “mané” e o “malandro”. Durante o ano inteiro, o "mané" se priva de festas, finais de semana e noites de sono em busca do seu objetivo, do seu sonho; enquanto o "malandro" vibra por um feriado, pelo mês de fevereiro, por festas e evasões.
O "mané" deve ser comedido e alternar-se entre bêbado e equilibrista, encontrando a dosagem certa da vitória. Pois na hora H, no dia D, é a hora de pagar pra ver: as regras se invertem, as classes divergem e o que até então era absurdo parece o certo a ter sido feito.
"Ter sido feito". Tarde demais. E é mais um ano então. Até porque quando as pessoas mostram a apatia como forma de reação aos impulsos de um ano inteiro, tornando-se platéias de suas próprias peças, não podem reclamar quando a vida pisa em cima. Rastejar por um milagre deixa de ser opção, e torna-se uma lição tardia.