TEATRO DOS VAMPIROS
Esta semana eu fui surpreendido com a notícia de que a “Legião Urbana” voltaria a se apresentar. Os componentes vivos da banda histórica resolveram se unir aos interesses da família de Renato Russo e juntos executariam um projeto de ressuscitar os velhos sucessos e dar vida a novas baladas.
Não tive a menor dúvida de que tal projeto será um sucesso; primeiro porque Bonfá de Dado são inteligentíssimos e mesmo sem a presença do líder e vocalista Renato Russo, existe uma mística toda por trás da marca; aliás, uma marca que influenciou gerações de revoltados adolescentes e românticos saudosistas da Década de 80.
Legião Urbana gravou mitos como Faroeste Caboclo, Índios, Será, Eduardo e Mônica e o que para mim são os três ícones do romantismo do Rock in Roll brasileiro: Teatro dos Vampiros, Vento no Litoral e Angra dos Reis.
Para celebrar esta volta de um mito, resolvi declamar os versos de Teatro dos Vampiros, apenas para que vocês observem como a letra é atual, envolvente, marcante e com certeza, toca ainda no âmago de cada um brasileiro.
Sempre precisei de um pouco de atenção, Acho que não sei quem sou, Só sei do que não gosto...
E nesses dias tão estranhos, Fica a poeira Se escondendo pelos cantos.
Esse é o nosso mundo! O que é demais Nunca é o bastante, E a primeira vez É sempre a última chance.
Ninguém vê onde chegamos; Os assassinos estão livres, Nós não estamos...
Vamos sair! Mas não temos mais dinheiro, Os meus amigos todos Estão procurando emprego...
Voltamos a viver Como há dez anos atrás E a cada hora que passa Envelhecemos dez semanas...
Vamos lá, tudo bem! Eu só quero me divertir Esquecer dessa noite, Ter um lugar legal prá ir...
Já entregamos o alvo E a artilharia; Comparamos nossas vidas, E esperamos que um dia Nossas vidas Possam se encontrar...
Quando me vi Tendo de viver, Comigo apenas E com o mundo; Você me veio Como um sonho bom; E me assustei... Não sou perfeito... Eu não esqueço
A riqueza que nós temos Ninguém consegue perceber, E de pensar nisso tudo; Eu, homem feito Tive medo E não consegui dormir...
Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E mesmo assim
Não tenho pena de ninguém...
Não é a cara do Brasil?
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