Por mais terras que eu percorra
Falar a respeito dessa moça com quem viví 46 anos seria tarefa prá gente muito mais competente e menos comprometida, que pudesse ter sobre ela um olhar mais isento que o meu. Porisso, não vou nem tentar, esperando que a "Flor Enigmática" me desculpe pois certamente esperava outro tipo de crônica.
Tentarei passar apenas um pedaço da minha experiência pessoal, com a voz do coração e economia de palavras, pois que todas seriam poucas.
A minha relação com ela começou como a grande maioria das experiências de qualquer menino deslumbrado, descobrindo de pés descalços um mundo a cada dia.
Era uma menina generosa e esticou um dos seus braços na minha direção e permitiu que nele eu brincasse sem cuidado e sem medo. Birola, maranhão, bola e balão. Reino Independente da Rua 5, só limitado pelo Território Autônomo da rua 8.
Fui crescendo junto com ela. E a menina de então, por quem eu já era apaixonado sem nem ao menos desconfiar, foi se mostrando em toda sua lascívia.
Descobrí ao longo do tempo o melhor e o pior de sua anatomia, percorrí todo o seu corpo e nele encontrei muitas alegrias e algumas poucas tristezas, grande prazer e alguma frustração, tantas as vezes nos amamos e algumas nos desencontramos nessa longa convivência.
Hoje, simplesmente me recuso a admitir suas rugas. Conhecí outra moça aparentemente mais bonita e charmosa, mas não é Você, Campinas.
Por mais terras que eu percorra
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá!
(Canção do Expedicionário, Guilherme de Almeida, poeta Campineiro)
Falar a respeito dessa moça com quem viví 46 anos seria tarefa prá gente muito mais competente e menos comprometida, que pudesse ter sobre ela um olhar mais isento que o meu. Porisso, não vou nem tentar, esperando que a "Flor Enigmática" me desculpe pois certamente esperava outro tipo de crônica.
Tentarei passar apenas um pedaço da minha experiência pessoal, com a voz do coração e economia de palavras, pois que todas seriam poucas.
A minha relação com ela começou como a grande maioria das experiências de qualquer menino deslumbrado, descobrindo de pés descalços um mundo a cada dia.
Era uma menina generosa e esticou um dos seus braços na minha direção e permitiu que nele eu brincasse sem cuidado e sem medo. Birola, maranhão, bola e balão. Reino Independente da Rua 5, só limitado pelo Território Autônomo da rua 8.
Fui crescendo junto com ela. E a menina de então, por quem eu já era apaixonado sem nem ao menos desconfiar, foi se mostrando em toda sua lascívia.
Descobrí ao longo do tempo o melhor e o pior de sua anatomia, percorrí todo o seu corpo e nele encontrei muitas alegrias e algumas poucas tristezas, grande prazer e alguma frustração, tantas as vezes nos amamos e algumas nos desencontramos nessa longa convivência.
Hoje, simplesmente me recuso a admitir suas rugas. Conhecí outra moça aparentemente mais bonita e charmosa, mas não é Você, Campinas.
Por mais terras que eu percorra
Não permita Deus que eu morra
Sem que volte para lá!
(Canção do Expedicionário, Guilherme de Almeida, poeta Campineiro)