Sede
Sede de viver. Sede de acontecer. Sede de ser. Sede de ter. Sede de conhecer.
Não acham que os “seres” atuais respiram uma inconsciente, inconseqüente e delinqüente procura? Procura essa desenfreada, desesperada e escancarada?
Sei lá. Pelo conforto, pelo torto, pelo não morto, qualquer troco que lhes satisfaçam um pouco. Que lhes convençam o suficiente, mesmo que descrentes.
Qualquer metade que lhes garanta a idade, mesmo que com fingida cumplicidade.
Enfrentam batalhas de soldados cansados, malcuidados, desacreditados.
Dirigem máquinas que simbolizam errado. Não transportam o necessário. Representam um fardo.
Escondem-se em esquinas de incertezas que mascaram a verdadeira.
Gargalham baixezas e desprezam purezas.
Invadem julgamentos, ignoram momentos, disfarçando a falta de conhecimento.
Controlam alheios condicionando-os aos próprios freios.
Turvam os brancos, jurando-os francos.
Descartam suas admissões transferindo-as em condenações.
Satisfazem seus passos desvalorizando fracassos.
Que mundo é esse que criamos e alimentamos dia após dia?
Que medo é tão avassalador que não nos permite avançar tropeços imprescindíveis?
Que arrogância é essa que agride e mesmo assim progride? Permite. Insiste.
Por que tanta resistência em adotar humildade? Por que fazê-la dificuldade?
Afinal de contas, qual o medo da honestidade?
Humildade e reconhecimento da realidade, mesmo trazendo deslealdades indesejáveis, premiam com corações penetráveis, dores curáveis e mentes admiráveis.
Quero sede de mudanças. Sede do palpável. Sede do volátil. Sede do simples.
Sede tão profunda, que nos tire imagens moribundas e nos mostre realmente Divinos Seres!