NUDEZ E SEXO POLÊMICOS

(de Goiânia – GO) – Nada mais do que o sexo, ou a presunção dele, nesta internet, dá tanta audiência. É incrível como o apelo sexual, a presunção da nudez, enfim, os prazeres da carne, conseguem reunir tantos leitores, tantos focos em torno de uma notícia ou de um artigo. Apenas para ilustrar, eu escrevo aqui e no UOL no Recanto das Letras e em ambos, consigo ver como andam as visitas as minhas crônicas. No Irregular eu não consigo (ainda) monitorar a quantidade de acessos por cada artigo; no UOL, cada artigo me revela (também aos próprios leitores), a quantidade de pessoas que acessaram o texto e desta forma eu consigo monitorar e saber qual texto ou qual tema tem mais acessos. Meus três textos mais lidos do Recanto das Letras são: Nudez Polêmica – Rose Leonel com 6.116 acessos desde 03 de julho de 2008; Novo Ford Fiesta é uma Bomba com 1923 acessos desde 17 de outubro de 2007 e Quem Matou Isabella Nardoni com 1.464 acessos desde 14 de abril de 2008, até hoje. Notem que as duas menos acessadas, juntas chegam à metade dos acessos da primeira e mais lida crônica do UOL nas ultimas semana.

O escritor não formula textos para buscar o estrelato, muito menos levar para si os holofotes do reconhecimento. Cada escritor, assim como eu, que seja sensato, ao elaborar um tema para escrever, quer na verdade ver a sua tese sobre o discernimento do tema, publicado. A publicação já é uma forma de reconhecimento, sobretudo quando se consegue publicar estes documentos em locais tão valiosos do ponto de vista de quem analisa a história literária; o consumidor de textos. Ninguém em sã consciência vai à busca de um texto qualquer para ler; ninguém que odeie álgebra irá se interessar por assuntos econômicos, da mesma forma que, físicos, químicos e matemáticos raramente se interessam por textos literários de lingüística adelgaçada.

Quando escolhemos um tema para escrever, seja ele qual for, temos primeiramente que nos preocupar em conhecer profundamente o teor da escrita e mesmo que os textos sejam peças intrínsecas de opiniões pessoais, o jornalista ou escritor deve ter o mínimo de intimidade com jargões, histórias e estórias do escrito; depois, temos que ter a preocupação de escolher um título que atraia o leitor para o documento, com a devida preocupação de não destoar um do outro. Um bom título leva a uma boa leitura, da mesma forma que pode repelir, em verso e anverso.

Os meus títulos documentados em publicações impressas ou eletrônicas tentam expressar acima de tudo a minha experiência sobre os temas, da forma mais simples e pura que 99% dos leitores brasileiros buscam. Os textos jurídicos raramente possuem jargões do direito aplicado nos fóruns, tribunais e cortes porque o povo não quer (e não entende) 99% daquilo. O leitor quer saber sobre o tema na sua linguagem cotidiana e este é o meu desafio. Eu não escrevo para advogados, juízes ou desembargadores, embora possa garantir que muitos me escrevem elogiando e outros criticando.

Nos três textos citados no primeiro parágrafo em especial, um fala de nudez e sexo, o outro de um distúrbio comportamental de uma relação de consumo e o terceiro, narra uma opinião sobre um desastre social. Muito embora eu tenha posto a mais alta responsabilidade na escrita de todos, os dois primeiros não deixam de ser meras fofocas; coisas que ocorreram de fato, comigo ou com alguém, que raramente ganharia notoriedade nas grandes livrarias, se fossem publicados da forma que estão; já o texto em que eu falo da morte de uma garota linda, supostamente por seu pai e madrasta, tentando explicar um pouco de direito penal aos leigos de direito; algo que abalou o Brasil, este está em terceiro plano de leitura. Tudo isso me faz crer que o sexo e a nudez interessam mais ao público do que qualquer outra coisa.

Nos meus quase 200 textos publicados, desde o início de tudo no “Crônicas do Imperador”, do Blogspot, passando pelo Irregular até chegar ao Recanto das Letras do UOL, eu já escrevi de tudo; tudo mesmo! Dei inúmeras pauladas no Governo; falei de mulçumanos quando todos temiam represálias; falei muito de política na América Latina; educação; história e até de prostituição, mas nunca havia abordado um tema que eu pensasse ser tão corriqueiro e que me deu tantos leitores, críticas e elogios, como o da nudez da Jornalista Rose Leonel. Falar e mostrar as duas fotos que publiquei no www.irregular.com.br de Rose Leonel me deu pelo menos 25 mil acessos em dois dias; centenas de e-mails pedindo as fotos originais (que não as tenho), outras centenas elogiando e algumas dezenas de mensagens ameaçando. Este é o trabalho do cronista, do escritor e do jornalista; escrever com responsabilidade sobre qualquer tema sem ter medo de encarar seu público.

Estou há dez dias em Goiânia, fazendo uso de internet por meio remoto e confesso que quis muito estar em casa para poder monitorar mais cada mensagem que me chegou. Pretendi estar em meu espaço para analisar melhor cada vocábulo desta escritura e ter a certeza se expressaria ou não outros documentos de mesma classe; como não estou em minha “bolha de pensamentos”, pensei muito antes de escrever tudo isso e afirmo aqui: haverá outros documentos similares. Igrejas, associações e pessoas, sobretudo pessoas, exigem novas crônicas sobre sexo, drogas e rock in roll e eu sigo ao chamado da maioria.

Nos próximos dias, publicarei mais um texto narrando à verdadeira história absurda das crianças brasileiras, do ambos os sexos, que são obrigadas a transar com todo tipo de gente apenas para garantir-lhes o direito ao pão (dormido). Citarei a minha experiência de longas viagens e ofícios pelo Brasil quando registrei muitas histórias de crianças que se prostituem; as crianças que são esquecidas pelo Estado e que muitas vezes são vendidas pelos próprios pais.

Aguardem; eu só preciso voltar ao meu espaço em Minas Gerais, rever a família, revirar o velho baú, terminar uns dois textos e publicá-los aqui e no Irregular. Seja por mais ou menos leitores, toda a verdade do sexo com crianças será publicada.

Carlos Henrique Mascarenhas Pires

Site do autor: www.irregular.com.br