SER OU NÃO SER

SER OU NÃO SER

Uma das profissões mais questionadas nos dias atuais é a de jornalista. O jornalismo integra a Comunicação Social. Um dos quesitos para se exercer a profissão de jornalista é ter curso de nível superior com duração de quatro anos e a unidade acadêmica ser autorizada e reconhecida pelo MEC (Ministério de Educação e Cultura). Na conturbação atual, na salada, na mistura, na sopa, no caldo, no mingau que transformaram a profissão de jornalista, uma indagação seria de bom alvitre. Compensa ser jornalista nos dias atuais? “Jornalismo é a atividade profissional que consiste em lidar com notícias, dados fatuais e divulgação de informações.

Também se define o Jornalismo como a prática de coletar, redigir, editar e publicar informações sobre eventos atuais. Jornalismo é uma atividade de Comunicação. Ao profissional desta área dá-se o nome de jornalista”. O jornalista pode atuar em várias áreas ou veículos de imprensa, como jornais, revistas, televisão, rádio, websites, weblogs, assessorias de imprensa, entre muitos outros. Poderíamos nos estender mais na sinonímia de jornalismo, mas esta já está bem consistente. Muitos afirmam ser o jornalista um repassador de notícias, mas entendemos que o repassar da notícia é mais inerente ao profissional do rádio ou radialista. Muito se cobra do jornalista. Ética, seriedade, compromisso com a verdade, e obediência integral ao regulamento. Graduação, especialização, doutorado, pós-doutorado são cursos que o bom jornalista deve fazer, os chamados pós-graduação.

O que se vê no dia-a-dia, na mídia é um amontoado de pretensos profissionais que se passam por jornalistas, mas na realidade nenhum curso possuem. Sonhar em ter uma profissão definida nunca foi pecado. Conversando com um aluno de um determinado curso de jornalismo, ele disse o seguinte: “A respeito do mercado de trabalho, afirmou ser apertado, e por isso os aspirantes devem sair da universidade com um perfil empreendedor. “O jornalismo tem uma máxima que diz: quanto mais velho melhor, ou seja, o jornalista fica muito tempo no meio de comunicação, então, não surge vaga para ninguém”. “Ele também falou que o reconhecimento financeiro leva tempo”. Quando falamos em aspirantes, nós nominamos de focas.

Essa afirmação de que é preciso ficar velho para se tornar melhor e tomar o lugar dos outros não condiz com a realidade. O jornalismo, medindo as devidas proporções é como a medicina, tem várias áreas, por isso a especialização é de suma importância e que opiniões como esta não seja mal direcionada. E não aconteça jamais. Outro fato negativo, a concessão pública das emissoras de televisão e rádio que em sua maioria vai cair nas mãos de políticos e empresários. Muitos acadêmicos no afã de aparecer e no doce pensar de que a profissão dá dinheiro, podem tirar o cavalinho da chuva que isto não acontece.

As carinhas bonitas, os corpos esculturais são fábricas de fazer dinheiro. Os privilegiados pela natureza são os que ganham mais na mídia e não estão preparados para a árdua missão do jornalismo. Muitas vezes exercem alguma função e apresentam programas por paquerar, namorar ou casar com um dos grandes do meio jornalístico. A invasão na profissão é clara e aqui indagamos: será que na medicina, na odontologia, no direito, na psicologia, alguém pode exercer estas profissões sem que esteja preparada? Duvidamos. No jornal O Povo de 08/07/2008 na seção opinião, a jornalista Adísia Sá manifesta-se sobre o assunto num artigo intitulado: “Diploma, Sim”. “A exigência de diploma para o exercício da profissão (atividade, funções) de jornalista tem sofrido críticas, inclusive de gente da área, alegando que assim se estaria limitando a liberdade de expressão”. Será?

Fala sobre Constituição, definição de diploma e lá no encerramento explana: “Sobre isso a Constituição Brasileira é imperativa: Art.5º.”. , XIII – “é livre o exercício de qualquer trabalho, ofício ou profissão, atendidas as qualificações profissionais que a Lei estabelecer”. Para o jornalista “as qualificações profissionais” foram definidas no DL-972/69, em plena vigência. A exigência do diploma para o exercício da profissão de jornalismo é - imperativo - da sociedade contemporânea, que exige cada vez mais. Essa qualificação é fruto das escolas de jornalismo... Comunicação. Se alguém chega às redações sem o preparo desejável, isto não se deve à exigência do diploma e sim à má qualidade dos cursos. Permita-nos estimada jornalista discordarmos de sua opinião, mas não chegaríamos a tanto. O que falta é bom senso e boa vontade dos que “fazem jornalismo” com responsabilidade e altivez.

Na nossa modesta posição, opinião e pensar - colocaríamos azimutes como sugestões e opiniões para o que afirmas em seu artigo. Na formação de um profissional de jornalismo, o MEC deveria incluir mais um ano na carga horária, esse seria totalmente voltado para a prática, mas infelizmente o ensino superior acompanha o fundamental, estão sucateados e em estado de letargia. As faculdades particulares também passam por este dilema. Continua a jornalista: “esse quadro, friso bem, não é privativo das escolas e de alunos de jornalismo”... Neste ponto se faz necessário salientar a importância do Conselho Federal de Jornalismo, porque a ele, dentre outros objetivos, compete acompanhar a criação e o funcionamento dessas organizações universitárias, estrutura física, pedagógica, e, principalmente o seu quadro docente. Como não somos iguais e temos opiniões contrárias, deixamos aqui nossa lição para os grandes, os que fazem as leis. O jornalismo atualmente é tema de filme: “Vários estranhos no ninho”. Nominação nossa. Pensem nisso!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-JORNALISTA-MEMBRO DA ACI-ALOMERCE E AOUVIRCE

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 08/07/2008
Código do texto: T1071166
Classificação de conteúdo: seguro