Brasilzinho

No Brasil tirando a corrupção que é “ão”, no aumentativo e aumentando, o resto tudo é “inho”. Resquício da escravidão, ironicamente com “ão”, em que os negros falavam no diminutivo num demonstrativo de inferioridade, logo adotado pelos patrões, para denotar os fracos deste país.

Então se tornou um festival de “inhos”, para cá e para lá, é pobrezinho, coitadinho, e um bando de incautos crescendo em números dantescos, acostumados com uma cabecinha medieval e escravista, de conquistar tudo de graça. Os poderosos pensam que as mulas humanas são trabalho “de grátis”, e os pobres coitadinhos, recebendo ajuda e com dinheiro das mulas pagadoras de impostos, e o que sobra dos roubos e brindes, vão para as obras necessárias para tirar de vez estes pedintes institucionalizados desta vida, ou seja, não sobra nada.

Se por um lado somos sindrômicos de colonizados, outros se portam como verdadeiros reis, oprimindo a vassalagem, explorando ao máximo, forçando o povo à ignorância congênita. Fazem pior que os escravagistas dos séculos passados, pois trabalhando os escravos tinham casa e comida, agora o trabalho assalariado não consegue as duas coisas juntas. Você pode até falar que os escravos apanhavam do sinhorio, agora apanhamos de todo mundo, do governo pelos altos impostos, dos ladrões batedores de carteira a cada esquina, dos políticos amigos dos cofres públicos... entre outros açoites.

Não é uma defesa de qualquer forma de escravidão, um dos atos mais degradante e vil da espécie humana, mas um leve e cruel comparativo, com a nova técnica de escravismo disfarçado na república presidencialista, mantendo o ímpeto imperial. Arrocha o povo, sufoca de tal forma, que as reclamações sérias parecem piadas e as piadas são cordatas, mas só os poderosos riem.

Ainda vejo, embasbacado, homens de bem, formados em universidades e escolas dependendo de um professor para trocar conhecimentos, ou adquirir mais, tratá-los de forma escravocrata, e defender, impávido, o jeitinho desmoralizante brasileiro. Da mesma forma que defendem os “roubam mais faz”, defendem esta forma nefasta de um se dar bem às custas de outrem. Temos leis abusivas, é verdade, mais leis do que vontade de impender seus mandamentos.

Este país para ser de quinta, precisa subir muitos “degrais”.

J B Ziegler
Enviado por J B Ziegler em 08/07/2008
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