Para alguém ou para todos...
Não suporto mais a idéia de conversar comigo. As dúvidas e as “não explicações” são sempre as mesmas. O sorriso é acompanhado de uma nuvem que embaraça os meus pontos de vista e a minha suposta felicidade.
Os dias passam sem que eu perceba o óbvio, e estes mesmos dias se repetem ao chegarem novos dias. Não há sofrimento físico ou psíquico, apenas dias a mais ou a menos.
Não instituo referências para me certificar da minha existência.
A minha presença não se faz necessária em todos os meus momentos, pois ela é obscura e sem sentido.
As letras, estas inseparáveis parceiras dos meus dias de frio e também nos dia de calor, quase não mais me acompanham, talvez por se cansarem deste ser inexpressivo.
O retrato da minha insensatez é coberto por um manto umedecido de lágrimas. Não as minhas que se encontram estancadas num reservatório sem ladrão, mas daqueles que um dia me acompanharam.
Sei que existem olhos que me olham com carinho, porém não há o que fazer por estes olhos, embora eu os guarde com ternura, não estou pronto para atendê-los. E mais, é necessário o afastamento parcial ou total, pois aos poucos estou lhes ferindo, sem que se apercebam deste fato. Pode ser impressão, mas não é.
Atendo o meu instinto impulsivo e desumano, e o resultado, saberei ao abrir os olhos.