Previsões desagradáveis

Leio um artigo do teólogo Leonardo Boff e fico meditando sobre o conteúdo.

A matéria é a fala de Evo Morales, um índio e presidente da Bolívia. Discursando na ONU, ele sabiamente usa o seu conhecimento simples, extremamente simples, de homem comum vindo das tribos. É claro que a possibilidade de Evo ter escrito o que disse é pequena. Mas não duvido que o seu pensamento seja exatamente o que falou.

Reduzindo a expressão mais simples, o presidente afirmou que países pobres são vítimas da voracidade do famoso capitalismo selvagem, que nada respeita. Torna mais pobres os já sem muita coisa, e arrebenta o planeta com a emissão de gases tóxicos que cada vez mais poluem a atmosfera e trazendo uma série de males.

São insidiosos e permaneceram escondidos longo tempo, até que foi dado o alarme na famosa falha na camada de ozônio, que deu causa ao aquecimento global e pode levar o mundo a um estado de caos total. As grandes geleiras dos pólos, diminuindo cada vez mais, são provas disso, além de mudanças climáticas inexplicáveis no clima e tempo mundial. Até onde esta cretinice vai parar, ninguém sabe.

Fisicamente, o homem está pagando com a sua saúde também. Há trinta anos usávamos loções para bronzear, quando íamos à praia. Hoje somos obrigados a passar na pele protetores solares. Tudo isso por obra e graça da emissão de gases, que geram riquezas aos mais contemplados, como se fora um moto contínuo.

É hora de perguntar: como será a vida dos nossos netos?

Ninguém sabe. Mas os consultórios dos dermatologistas registram alta no câncer de pele, e os alergistas deparam cada vez mais com pacientes que estão com suas defesas comprometidas por causa de tanta poluição, em nome do progresso.

Fico irritado e pergunto: que maldito progresso é este?

Que confusão o homem está fazendo, quando lança toneladas de metros cúbicos de gases poluentes no ar, e nos laboratórios pesquisa as células-tronco, que podem salvar vidas? São duas formas de pensar bastante opostas, características do mundo atual.

Finalizo acrescentando que Boff e Morales são radicais, mas não no fato citado.