Cambada...
Medo. Um estado deplorável, onde a adrenalina atinge níveis altíssimos, e mesmo assim, não existe reação.
Pânico. Fronteiras jamais ultrapassadas. Decisão sem resolução. Tremor sem ação.
Sou como animal machucado, encurralado, que luta pela sobrevivência em meio a tantos predadores famintos e vorazes. Sem enfrentar a realidade, como a realidade é, transpareço a fraqueza que meu ser demonstra ser. Não luto com as mesmas armas dos meus oponentes, aliás, não luto com arma alguma. Sou caçado, machucado e devorado em cada esquina sem ao menos combater. A ferida nunca cicatriza, muito pelo contrário, surgem mais e mais feridas… e mais e mais cicatrizes.
Miseráveis! Desgraçados! Canalhas! Estúpidos! Broncos! Patifes! Maléficos!...
Com esta pena condenarei à morte todos aqueles que se colocarem em minha frente como guerreiros sem escrúpulos. Vingarei cada indelicadeza com palavras e frases aniquiladoras. Jogarei à lama todos estes malfeitores. Resta-me a tinta e o papel. Atravessarei as cercas que me separam desta maldita carnificina.
Os assassinos e os bandidos não sofrerão espécie alguma de retaliação. São o que são. Diferentemente daqueles que se escondem atrás dos balcões, mascarando-se como trabalhadores escravizados. Não. Prefiro a sinceridade e a fidelidade dos infiéis, cretinos e desonestos, literalmente. Salve a sinceridade dos contraventores, literalmente.
Espalha-se a misericórdia, a piedade e o perdão. É necessária uma reavaliação destes conceitos mesquinhos, fracos, mentirosos e covardes. O que chamam de cordialidade, chamo de conveniência. O que chamam de amabilidade, chamo de interesses. O que chamam de cortesia, chamo de corrupção.
Miseráveis! Desgraçados! Canalhas! Estúpidos! Broncos! Patifes! Maléficos!...