O barro incompleto

Deus criou o corpo do homem, e, ocupado com outros afazeres, se esqueceu da mente do homem. Lúcifer, preparado para atacar qualquer deslize da divindade, se ocupou de manipular o cérebro desta imbecil criação.

Não choro por pensar que penso, e também não sorrio por esquecer de pensar; somente declaro como prazer, que os meus neurônios sejam assassinados a cada pensamento maldito ou malvisto, ou sei lá.

Quando deus se apercebeu das suas erratas era tarde demais. Legiões mais habituadas com os costumes dos povos, já haviam invadido a área reservada. Os sonhadores são crias de Lúcifer, apenas pelo comportamento desleixado do onipotente, que devido a sua impotência ou mesmo à sua desfeita à raça humana, deixou que esta espécie de humanos se originasse. A atenção propiciada pelos mensageiros do senhor das lamas e das chamas aos humanos merece um capítulo à parte. Devido à precariedade que se encontra a minha memória, talvez justificada pela invasão das baratas, esquecerei de abordar este tema.

Deus soprou o barro e se esqueceu de soprar o interior do barro.