Ninguém sabe (quase) nada
Tem que existir um mundo paralelo, onde estejamos bem, onde continuemos nossa saga de onde ela pára aqui, nesse espaço-tempo. Tem que haver outra existência, antes e depois, como crê e apregoa tantas pessoas. Deve haver nova oportunidade, novo recomeço... Nova chance! Afinal, esta vida, como a conhecemos, é tão curta e injusta com tantos ou quase todos! Independente de Darwin, das religiões, Deus deve ser muito mais do que dizem (ou não dizem) por absoluta falta de capacidade de mensuração.
A imaginação humana deve não ser nada diante da promessa implícita no nosso inconsciente. Diante da esperança latente que nos acompanha desde criança. O desespero que nos acomete nos infortúnios pode ser mais patológico do que entendemos e certamente contém essa expectativa frustrada, pelo menos, naqueles momentos. A razão da busca de respostas a perguntas não respondidas poderá, quem sabe, estar na má formulação dessas perguntas. Nos caminhos ruidosos das tentativas de descobertas. Na visão parcial das ações por falta ou excesso de emoções. Nas canalizações erradas das energias despendidas. Será que somos um projeto refugado? Que somos ou ficamos obsoletos? Ou será que apenas atravessamos um estágio, cuja duração nos parece uma imensa noite em claro, mas que para o macro-cosmo que integramos, sem definição do grau de importância, estamos apenas ali, dormindo por segundos, antes do dia-realidade em que logo acordaremos?
...E a nave vai...