Tô vivo, ainda, e ouço Jessier!

De uma hora para outra me tornei “incubirubico”, nem sei o que significa tal palavra só sei que nem o Google sabe, os dicionários muito menos. Um amigo me disse que a palavra quer dizer “cara que se amoita, escondido, não explica nada, não escreve nada, não dá depoimento, etc...” Disseram-me também que se trata de um neologismo atribuído a Ruy Barbosa, o que não afirmo que sim ou não, mas foi como os comprimidos de “cloridado de amitriptlina”, que me veio um sono arretado, uma preguiça do teclado, e só vontade de ouvir. E logo o que? As arquitetísses poéticas de “Jessier Quirino” de quem sou fã, e minha mulher diz que se eu fosse moça era fãnzoca! Dizem que o cabra tem a cabeça chata que nem paraibano, mas nas descomunisses dos seus versos, tão atuais no momento político que vivemos, ouço sem chatura, mas com alegriçe os discurssórios do poeta, principalmente no “Comício de Beco Estreito”.

Ouve quem me enviasse, via e-mail, perguntas tais como: “Você ainda está vivo?”, Hora se eu tivesse morrido ficariam sem resposta, pois a viúva não sabe a senha! Então quando me dava na telha respondia; “Tô Auditado no Jessier”. Ai vinha uma nova pergunta: “Que diabo é esse Jessier?”. Se ele é diabo não sei, mas seus versos infernizam, principalmente se é político safado! Ele, o poeta de Campina Grande, já alcançou meu universo, e não há como não alegre ao receber, via Correios, mesmo em greve, um daqueles CDs em MP3 que gravados em pastas cabem 200 ou mais poesias e músicas autênticas da bonita Paraíba, que me envia o meu cumpadi Arão Azevedo, jornalista do “Diário da Boborema”. E embora eu nunca tenha ido lá tenho como histórias, entre as preferidas, a vida de Jackson do Pandeiro, do pintor Pedro Américo, da cidade de Areia, pertinho de Campina Grande.

Se há histórias a ler com gosto e contar da mesma forma, se de outras cidades deste imenso Brasil as tenho, tenho as da Paraíba, onde as mulheres são fêmeas encantadoras. A história cantada de “mulher macho sim senhor”, é só para ilustrar a firmeza, a luta e a coragem daquelas mulheres que não se abatem as dificuldades da vida Mas as mulheres paraibanas que conheço e conheci, são ou foram fêmeas dedicadas, mulheres nota onze, um a mais por minha conta. E que se dizer de Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de MeIo, dos Diários Associados, que foi professor de muitos, dos melhores jornalistas, inclusive eu, que muito mais aprendi com suas lições, do que hoje aprendem “jornalistas dipromados” saídos das tantas “fraculdades” de comunicação.

Pois é gente, me alegra ter voltado a este espaço de onde por quase dois meses estou fora, mas os recantistas não estão fora de meu coração! Continuo com eles e elas neste espaço de amigos. Um pouco enigmático, mas desejoso que os amigos saibam compreender. Pois, se o Rio de Janeiro tem desfile de carnaval no Sambódromo, São Paulo tem Parada Gay na Avenida Paulista, Bahia tem Axé o ano Inteiro, em Recfe tem Reginal Rossi, se em Guanambi, Bahia, tem São João de treze dias, na minha vitrola, que também passa CD, tem um cento e meio de poesias de Jessier Quirino, formado em arquitetura, mas arquiteta coisas belas em suas letras poéticas, Assim entre as histórias que tenho agora, há histórias de Jessier!

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www.jessierquirino.com.br

O site de Jessier Quirino é este acima,

ninguém perde por ir visitar

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O QUE TOCA MAIS EM MINHA VITRÓLA...

COMICIO DE BECO ESTREITO

Composição: Jessier Quirino

"Pra se fazer um comício

Em tempo de eleição

Não carece de arrodei

Nem dinheiro muito não

Basta um F-4000

Ou qualquer mei caminhão

Entalado em beco estreito

E um bandeirado má feito

Cruzando em dez posição.

Um locutor tabacudo

De converseiro comprido

Uns alto-falante rouco

Que espalhe o alarido

Microfone com flanela

Ou vermelha ou amarela

Conforme a cor do partido.

Uma ganbiarra véa

Banguela no acender

Quatro faixa de bramante

Escrito qualquer dizer

Dois pistom e um taró

Pode até ficar melhor

Uma torcida pra torcer

Aí é subir pra riba

Meia dúzia de corruto

Quatro babão, cinco puta

Uns oito capanga bruto

E acunhar na promessa

E a pisadinha é essa:

Três promessa por minuto.

Anunciar a chegança

Do corruto ganhador

Pedir o "V" da vitória

Dos dedo dos eleitor

E mandar que os vira-lata

Do bojo da passeata

Traga o home no andor.

Protegendo o monossílabo

De dedada e beliscão

A cavalo na cacunda

Chega o dono da eleição

Faz boca de fechecler

E nesse qué-ré-qué-qué

Vez por outra um foguetão.

Com voz de vento encanado

Com os viva dos babão

É só dizer que é mentira

Sua fama de ladrão

Falar dos roubo dos home

E tá ganha a eleição.

E terminada a campanha

Faturada a votação

Foda-se povo, pistom

Foda-se caminhão

Promessa, meta e programa...

É só mergulhar na Brahma

E curtir a posição.

Sendo um cabra despachudo

De politiquice quente

Batedorzão de carteira

Vigaristão competente

É só mandar pros otário

A foto num calendário

Bem família, bem decente:

Ele, um diabo sério, honrado

Ela, uma diaba influente

Bem vestido e bem posado

Até parecendo gente

Carregando a tiracolo

Sem pose, sem protocolo

Um diabozinho inocente".