Quando os rios se calarem...
Vocês poderão estar pensando: quando os rios se calarem? Será que ela não quís dizer:quando os rios secarem? Até que poderia ser. Vejamos porque eu disse calar...
Ontem à noite, já na minha cama na companhia da minha neta Ludmila, assistíamos a TV em um canal que não me lembro qual, havia um senhor conversando com um amigo, este lhe dizia que o rio lhe falava em forma de canção onde ele deveria pescar . Ludmila me olhou com um olhar de indagação e perguntou: - o rio conversa somente com êle vó? Ao que respondí de imediato sem vacilar: - Não! O rio conversa e canta para todos nós mas algumas pessoas se fecham tanto que não conseguem escutá-lo. Ela não me perguntou mais nada, Fechou os olhos e, creio eu, foi meditar porque alguns minutos depois ela os abriu e me deu boa noite.
Eu lhes asseguro que os rios falam e cantam sim! Eles clamam às criaturas pela sua limpeza e preservação. Quando estão repletos de lixo e imundícies que nós os racionais jogamos nas suas águas maculando as suas entranhas eles emitem um brado de socorro que sobe às alturas entram pelas nossas narinas na forma de odor fétido, insuportável! Deixam de cantar e passam a emitir gemidos e lamúrias na esperança de que os homens despertem para corrigirem os estragos que eles próprios lhes causaram.
Ah! se nós seres humanos pudéssemos ser mais atentos ao sussurrar sereno e tranqüilo das águas mansas que deslizam suavemente no seu leito, cumprindo o seu curso, para ir aninhar-se no seio do mar. Se pudéssemos enxergar a beleza cristalina das águas que se doam generosamente sem nada nos cobrar. Poder mergulhar as mãos em concha no seu seio e sorvermos esta dádiva que a bondade da mãe natureza nos oferta, sem medo de nos contaminar. Se pudéssemos entender que não somos capazes de sobreviver sem o canto dos rios pois é ele o combustível que mantém viva a chama da nossa esperança .Ah! não sei o que será de nós quando os rios se calarem... Quem irá saciar a nossa sede...Quem irá para nós cantar...
Beijos soninha