Sofro sem fazer alarde...
Não é para fazer alarde, apenas constatar como os nossos irmãos humanos são como bichos, longe muito longe do ideal de humanismo que um dia ousamos sonhar.
Pais e mães de classe média jogam crianças do alto de edifícios, uma índia velha violenta uma adolescente inválida com um vergalhão perfurando-lhe as entranhas.
Não se pode retirar desses acontecimentos nenhuma conclusão definitiva. Perfurar as entranhas de garotas não é um costume índio consagrado, apenas o desvio de conduta cruel e criminoso de uma índia aculturada e estressada vivendo longe de sua tribo.
O que se pode é lamentar tais ocorrências. Quantas vezes um bicho não matou as suas crias? E quantas vezes um bicho humano matou seus filhos? Na antiga Esparta eram sacrificadas todas as crianças nascidas com defeitos, esse era o costume, executado sem culpas por uma sociedade que necessitava de soldados perfeitos.
Na nossa sociedade tem-se como comportamento positivo a caridade, o ajudar os desvalidos, com ou sem defeitos. E é inadmissível o assassinato de filhos, coisa que chega próximo do total absurdo. Porém há sociedades em que tais crimes são praticados como se fossem um aborto pós-parto. Isso ocorre na Índia e na China. Na Índia recém natos do sexo feminino são desvalorizados e podem ser sacrificados. Na China há leis que estabelecem limites para a natalidade dos casais, e criança são vendidas com finalidades diversas. Ou seja, em pleno século vinte um há práticas abjetas, que há muito pareciam extintas.
Ajunte-se a isso os seqüestros com objetivo de obter vantagens financeiras, o que ocorre na Colômbia, e o trabalho escravo que acontece na Ásia e na América Latina e temos uma cesta básica de vilipêndios tradicionalmente praticados pela humanidade há milênios, que nos coloca diante de uma indagação: quando criaremos a verdadeira humanidade?
A bem da verdade, já é hora de admitir: nunca conseguiremos criar a humanidade ideal, os homens são o que são e não se tornarão melhores. Os crimes continuarão existindo, os vilipêndios acompanharão os homens por toda a sua trajetória neste universo.
Não é preciso fazer alarde, apenas aceitar que por mais que a humanidade pareça titubear, mais exigiremos dela, ainda que seja em imaginação.