... noite doida ...

Ontem repassei o meu diário. Escrevi algo como “quero vomitar no poodle da madame”.

Mas não me lembro o porquê dessa porra.

Por que desejaria vomitar num cachorrinho, por mais esquisito que fosse? e por que de uma madame?

Madame me lembra velhinhos, e eu amo velhinhos. Amo idosos. São heróis. Os velhos são heróis para mim.

Ontem mesmo, na padaria.

Uma senhora que segundo percebi na conversa já poderia estar aposentada, comemorava ter passado para um concurso público.

E concurso bom. Disse ter passado para o têjota e também para um outro bom emprego público.

Vai morar no rio.

Até mesmo de velho crente eu gosto. Consigo suportar. Entendo suas palavras.

No morro em que moro tem um coroa que é diácono.

Em todo domingo que encontro com ele no buzão de meio-dia é a mesma história: Um despejar de versos bíblicos sem sentido, fora do contexto.

Então, por que vomitar na madame?

(vomitar no cachorro dá no mesmo)