Desabafo do Tempo.
O “meu” tempo veio queixar sobre está tudo atrasado, sugeriu cordialmente para que eu pedisse em preces uma parceria, não seria o espaço nem dele, nem de Deus, mas que ambos ousariam aprender a andar juntos, a fim de que não houvesse lacunas , e que as fases fossem desfrutadas com mais audácia, nem de mais, nem de menos, mas que todos os dois fossem sediados igualmente, cumprindo devidamente seus papeis.
Falou sobre a falta de paciência, ansiedade, por isto, todas as indisposições refletidas nas dores estomacais, e me chamou atenção para não exigir tanto, ele anda impaciente, descrente de que tudo possa dar certo.
Disse com ênfase que sente-se cansado das frases feitas; “tudo tem seu tempo”, “o seu tempo não é o tempo de Deus”, e que neste momento ele estava pedindo ajuda para os donos do tempo, que os mesmos tivessem olhos para ele, por compaixão a sua carência que anda incrédula com a vida.
Pediu, e de forma bem simples, para que eu deixasse um pouco do pessimismo de lado e colaborasse com ele, pois está ciente de que esta fase racional é fruto de inúmeras feridas mal cicatrizadas, e que se os donos do tempo, juntamente com a minha força de vontade vier a colaborar, logo, logo ele quer novamente voltar a ser ativo nos ideais do coração.
Reclamou, fez cara feia, quando lembrou que por vezes sou eu mesma que tenho retrocedido os ponteiros, e que minha maneira criteriosa é um refugio, por vezes desnecessário que me faz deixar as oportunidades escorregarem entre as mãos.
Rotulou a minha razão de mesquinha, pois não tem dado espaço para que o coração fale, e que a correria do meu dia-a-dia, a vida sedentária, de dormir, comer e estudar não tem permitido enxergar as coisas simplórias que os dias andam a me presentear.
Exclamou de suas fadigas, exigiu por colaborações, ele anda cansado de dias adiados, de oportunidades despercebidas, e da minha incredibilidade para com o amor.
Por fim, suplicou para que ainda hoje, antes de dormir, lembrasse de todos os seus pedidos, e que amanhã a minha alma já não estivesse tão distante do ego, para que devagarzinho pudesse ajudá-lo a colocar as suas metas em dia.