27/01

Por um momento, estive prestes a contar toda a verdade, mas as palavras ficaram mudas em minha boca. Tentei engoli-las. Deu certo, fiquei com a cara de banana de sempre. Minutos depois, o enjôo me dominou, implorando liberdade para as coitadas. Pobres palavras...Eram tão doces, eram tão sinceras. Controlei o choro e, junto a ele, o vômito.

Minutos depois, lá estava eu a chorar num ônibus qualquer, chorando como uma derrotada as lágrimas que ninguém pode ver, porque chorar significa fraqueza e eu sou forte. Sim, sou forte. Tão forte que oprimo até a mim mesma, no alto da minha truculência e brutalidade. Sinto-me tão fraca, derrotada, tão acabada, tão simplesmente esgotada de tudo...Mas ainda tenho que lutar, dar o último esforço para mostrar que posso ser o que realmente querem que eu seja, ser o que os outros não foram, satisfazer suas vontades. Ser o que todos esperam que eu seja. Por mim, tanto faz. Não tenho ambições. Não quero seguir em frente, mas também não quero parar. Quero ficar quieta, apenas isso.

JaquelineS
Enviado por JaquelineS em 30/01/2006
Reeditado em 05/02/2006
Código do texto: T106157