Prazo para o casamento?

Outro dia conversando (filosofando em vão), com um amigo, ele, infeliz no casamento e eu separado (imagina a conversa). - Pois é, tudo o que adquirimos tem prazo de validade ou caduca, não tem? –Bem que o casamento também podia ter, não é?

Lembro que há muitos anos, era polêmico e reprimível, quando se falava em casamento por contrato, conheci alguns casais que optaram por esse tipo de matrimônio, e estão juntos até hoje, e outros realmente a morte os separou, sem promessa nenhuma.

Acho meio irônico sim, mas se olharmos pelo lado sentimental, que não respeita promessas e sim desabrocha com a boa convivência, com o companheirismo e afeto, sería até interessante o casamento ter um prazo. Todos merecemos, e temos a necessidade de novas paixões, isto revigora a vida, nos dá força e prazer de um recomeço, uma nova chance, face ao aprendizado, que no relacionamento atual achamos não ter mais conserto.

Aí então saberíamos o prazo, e se sabemos quando irá acabar não temos a necessidade de contrariar, ou o que é pior, tentar mudar as atitudes da pessoa ao nosso lado, obrigando-a muitas vezes, a desistir de sonhos que se tem desde a infância, de atitudes que estão acostumados, gostam, e acham corretos. Muitas desavenças poderiam deixar de acontecer, pois é apenas por um determinado tempo.

Ao final do prazo, também não á necessidade de brigas, nem constrangimentos, pois ninguém largou, ou abandonou ninguém, simplesmente findou-se. Um ano antes já se pode começar a planejar com calma, e diálogo, a partilha dos bens, e as responsabilidades de cada um. A possibilidade de um relacionamento muito mais amigável no após (o que quando se tem filhos, não se aplicaria, mas em última estância, até eles seriam beneficiados), é quase certa. Mas se é da vontade dos dois, por que não prorrogar? Agora sim, vamos à justiça não para nos separarmos, mas para ficarmos juntos. (Se você é parente de algum Senador ou Deputado, por favor...).

Mas deixando as ilusões de lado, pois família é fundamental, é o alicerce da vida, e base da sociedade, em termos de atitude, como diz Eduardo Shinyashiki em seu livro, entre o caminho da razão e o do coração, escolha o caminho do meio, o caminho do equilíbrio. As coisas não precisam ser nem pesadas nem leves, nem certas nem erradas, nem boas nem más – e sim apenas equilibradas, sem extremos, e sem conflitos.

Kulchesky
Enviado por Kulchesky em 02/07/2008
Reeditado em 04/08/2012
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