EXODUS - GENOCÍDIO - HOLOCAUSTO - Berenice Hering

"Quando os judeus morreram aos milhões em câmaras de gás não houve protestos dos honrados sacerdotes. Nem uma palavra. Com exceção de allguns homens de coragem. A gente poderia contá-los nos dedos das mãos." "minha gente! Você condenaria toda uma nação que está lutando por seus direitos, por sua própria vida? Alguém tem de cuidar dos animigos internos." (Geralld Green in Holocausto -Ed. ABril Cultural)

Genocídio, do grego gên, radical de gignesthal = originar-se, provir, introduzido na linguagem científica internacional a partir do séc. XIX. O sufixo cida, cídio, do latim cida, cidium, derivado de caeder = matar. O termo genocídio é mais adequado como referência ao registro histórico, mais conhecido por Holocausto = sacrifício em que se queimam as vítimas; expiação, abstração da vontade própria para se satisfazer a de outrem. Holo, prefixo grego = todo, completo. Cáustico = que queima, que cauteriza ou carboniza os tecidos orgânicos; do latim causticus; do grego kaustikós. Causto, cáustico, vem de cautério, agente utilizado para destruir tecidos orgânicos e os converter em escaras. Antes de serem calcinados nos fornos crematórios, os judeus foram eliminados por outros meios: fuzilamento, gazes venenosos, etc. No sentido figurado cústico é castigo, correção enérgica. Alguns textos citados são do autor acima. O conteúdo do livro é estarrecedor. Minhas anotações são de 1998.

Depois deste intróito, meus cumprimentos aos pioneiros que reconstruiram o Reino de Davi em Israel há sessenta anos (1948) cuja data é festejada a 14 de maio. A EStrela Azul de Cinco Pontas tremula altiva naquelas colinas milenares. A história da fundação de Israel está toda narrada, magnificamente, por Leon Uris, na obra-prima Exodus, que já tive o prazer de ler, mas não posso citar trechos aqui. O livro está em BH. Os pioneiros foram dois irmãos judeus russos que seguiram viagem a pé, desde as estepes geladas, cordilheiras, rios e cataratas, mourejando por centenas de dias até o deserto às margens do Mar Morto. Alí fincaram o marco inicial do que seria a Nova Canaan do Hebreus. Esses heróis venceram as areias escaldantes, os pântanos traiçoeiros, a escassez de água potável, os desertos inóspitos, a falta de víveres, plantas, animais domésticos. A infinitude e a sequidão. Cada pedaço foi conquistado com o sacrifício de muito suor, lágrimas e sangue derramados.

"Lá fora, prosseguiu o padre, a sinagoga está queimando e ela também é uma casa de Deus.

Pastores protestantes também ergueram suas vozes. Idiotas, mongolóides, cretinos e aleijados, eram todos criaturas de Deus, insistiam os clérigos. Padre, o papa Pio XII, há allguns anos, concluiu uma concordata com o Führer. O Vaticano tem dito muitas vezes que encara a Alemanha como o último bastião da Europa Cristã contra o bolchevismo".

Creio que, nestes anos pós-guerra, tudo já foi registrado na literatura, na música, no cinema, teatro, artes plásticas, sobre o Genocídio e o Holocausto. Entretanto, as narrativas e mostras são uma pálida descrição do que estarrece e transbordo na alma dos sobreviventes, dos herdeiros da tragédia, de todos os povos do mundo. Os estragos que a onipotência, a doutrinação e o fanatismo, a obediência cega podem causar aos seres do planeta. Muitos se horrorizam e pronunciam discursos inflamados. Mas o mundo está obscurecido, as consciências anestesiadas, os seres parecem fantasmas sonambúlicos, presas fáceis de delírios quiméricos. Alguns narcotizados por novas e perigosas utopias fundamentalistas.

A moral e os valores éticos parecem panacéias antigas, totalmente desacreditadas e fora de foco. Há 63 anos deu-se por findo o horror da WWII. As ruínas ainda fumegam.

E, como sempre, a Esperança é só uma bandeira que tremula tímida, almejando virar Certeza nas nossas Almas incrédulas e inquietas. 22/06/08