A MORTE É PARTE DA VIDA!
A vida é aquilo que todos nós já sabemos: o Homem, esse ser perfeito, incomparável, dotado de inteligência e emoções, nasce de duas sementes, vive, conforme suas oportunidades – na maioria das vezes, que ele mesmo cria – e morre, no dia, hora e causa, determinados por aquela Energia maior – DEUS - existente no infindo Universo.
Não há como fugirmos dessa realidade. Contudo, nós seres falhos que somos, jamais nos preparamos para esse momento, mesmo sabendo que a MORTE é inevitável, a única certeza que temos, evitando um pensamento que nos afligiria e nos levaria ao desespero.
Ontem – na fria quinta-feira do dia 26 de Junho – presenciei duas cenas semelhantes, em locais e horários diferentes, porém pelo mesmo motivo, que me chocaram e emocionaram-me, às lágrimas. Fatos “corriqueiros”, para quem não está vivendo o drama da perda e que acontecem a todo minuto, no mundo inteiro...
Dois homens, aparentemente fortes, bem preparados, de vida pública, em dois seguimentos totalmente opostos, - um é Artista, músico, cantor. O outro, político, homem culto, reconhecido em todo o mundo – fragilizados, derramando lágrimas visíveis, sem nenhum constrangimento ou preocupação com a imagem que estariam passando aos que assistiam as cenas, naquele momento, pela TV, ou mesmo “in loco”.
FERNANDO HENRIQUE CARDOSO e EDUARDO ARAÚJO!
Ambos, chorando a perda de suas companheiras inseparáveis e anos de convivência mútua, amor e companheirismo, rodeados pelos filhos que juntos fizeram e criaram, contudo, sentindo-se desorientados, sem rumo, pois perderam a sua referência de vida, as mulheres que sempre estiveram à frente e atrás deles, quando o momento exigia discrição e desapego, duas esposas que, além de cumprirem seu papel de mulheres, igualmente públicas, não abdicaram de suas vidas pessoais, de suas profissões, ambas de sucesso e reconhecimento de quem as conhecia e as admirava.
É assim a vida. Nascemos, vivemos e morremos, sem sabermos como e quando. E, caso, nós mulheres, deixemos, antes de nossos companheiros, essa vida material, saberemos quanto pesará a nossa falta no lar que juntos criamos e quanto desespero e sentimento de perda e abandono haverá em seus corações. A mulher é por si só, forte. Convive melhor com a perda do companheiro. O homem, frágil, totalmente dependente de nós – queiram eles admitir ou não – sentem-se tão sem rumo, como um barco sem vela, ao sabor das ondas do mar, sem conhecimento de seu destino futuro.
ESTEJAM EM PAZ,
DONA RUTH CARDOSO E SILVINHA ARAÚJO!
N.A.:
Conheci Silvinha e Eduardo Araújo
na década de 70, assim que cheguei
em São Paulo. Eles tinham uma loja de discos
na Galeria San Remo, da Rua Joaquim Távora –
Vila Mariana – e, algumas vezes, pediam-me
que ficasse lá, cuidando de tudo,
enquanto eles saíam, para almoçarem
ou cuidarem de outros compromissos.
Conheci Dona Ruth Cardoso, de vista, apenas,
em minhas habituais caminhadas,
pelo bairro de Higienópolis - onde moro –
e, quando ela estava em seu apartamento,
próximo ao meu, às vezes nos cruzávamos
e ela, gentilmente, apesar de cercada por
seguranças, sempre erguia, sorridente,
a cabeça, para me cumprimentar e aos outros.
RECADINHO AOS AMIGOS:
Ontem tive de interromper
minhas leituras, pois caiu
a conexão da Internet,
só retornando à noite.
Hoje, à tarde, vou retomá-las.
Me aguardem!
Beijos
Milla