CAMISINHA EXPRESS - ASNEIRA BRASILEIRA
Misericórdia! O nosso país, abastado como nenhum outro; terra de gente sana, de mesa farta e sem dívidas; não tem onde gastar (???), não há obras para inaugurar, muito menos fome para matar, do povo pobre, pois povo pobre não há; país que não necessita construir casas, pois todos possuem teto, e como afirmei, não tendo mais onde gastar, o Governo Federal inventou agora a MAQUINA DE CAMISINHA.
Eu não estou narrando nenhuma história da França, Alemanha, Estados Unidos ou Inglaterra, eu falo do Brasil mesmo, esta terra de ninguém que vive uma democracia disfarçada e uma bonança aparentemente mentirosa, onde a economia aparece andando a galope, com crédito fácil e o povo se endividando até o pescoço com dinheiro alheio para ostentar uma melhora social. Ao invés de nossos mandatários inventarem métodos práticos e sustentáveis para a erradicação da miséria e mecanismos EFICIENTES para o controle e erradicação de epidemias, como a própria AIDS, trataram de inventar uma máquina computadorizada que distribui preservativos nas escolas, como se isso fosse uma revolução e incentivo aos jovens que transam sem o uso do adorno de látex.
O Ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que deve estar almejando qualquer outra coisa, menos a praticidade, inaugurou em Florianópolis a primeira de tantas mil outras que serão implantadas a partir de dezembro próximo, destas engenhocas que distribuirão dentro das escolas públicas os preservativos; mas e a rede pública de saúde? Os postos de saúde dos municípios não distribuem camisinhas a quem os procura? Necessitamos investir em computadores que cospem camisinhas? Quanto custa cada maquininha destas? Quem pagará a conta de mais esta invenção extraordinária?
Durante a inauguração na escola em Florianópolis, alguns estudantes se manifestaram, contra e a favor da máquina, mas a grande maioria, conforme cita o Diário do Sul, afirmaram que tal invento não contribuirá em nada na hora do sexo. Segundo os estudantes entrevistados, se o jovem tem vergonha de buscar os preservativos nos postos de saúde, não ficariam também constrangidos em retirá-los na máquina, dentro da escola e na companhia dos colegas?
Para que funcione, segundo o inventor da engenhoca, o estudante deverá cadastrar uma senha após a inserção de sua matrícula. Depois disso, basta sair digitando a senha para a caixinha computadorizada cuspir uma, duas, dez, mil camisinhas. Imaginem uma maquina destas dentro de uma escola pública brasileira; às vezes, a mesma escola que não oferece merenda, livros, sanitários em condições de uso ou carteiras com no mínimo, assento; imaginem...!
No Brasil é assim mesmo, não tem comida para matar a fome do povo, mas tem lavouras intermináveis, cheias da mais alta tecnologia; não tem casa para tirar o povo das pontes e viadutos, mas exibimos para o mundo o que há de mais arrojado em arquitetura e engenharia civil; não tem dinheiro para comprar AZT para os soropositivos, mas tem dinheiro para comprar maquininhas inúteis de cuspir camisinhas para os estudantes preguiçosos e aculturados.
É fato, todo mundo sabe que se transar sem camisinha há um risco enorme de contração da AIDS, da mesma forma que injetar drogas na veia com seringas descartáveis; será que já estão inventando alguma máquina de cuspir seringas para serem colocadas nas esquinas, boates e bordeis? Fica aí a idéia para o Ministro Temporão analisar com carinho...!
Para quem pensa que isso é uma piada, o nome correto deste mega projeto revolucionário do Ministério da Saúde é CAMISINHA EXPRESS (ainda utilizam oficialmente a língua inglesa em um projeto do Governo, tisc, tisc...). O Governo afirma que cada máquina custará R$ 400 reais (eu duvido), da mesma forma que eles afirmam que 89% dos alunos aprovaram a idéia e 65% dos pais de um grupo de 102 mil alunos entrevistados (eu também duvido destes números).
A que ponto nós chegamos...
Carlos Henrique Mascarenhas Pires
Site do autor: www.irregular.com.br