TIRANIAS
É incrível como em pleno funcionamento de todos os mecanismos de evolução da raça humana, como globalização, internet, visita ao Planeta Vermelho, ainda existam povos oprimidos pela ação de déspotas que mantêm um regime tirano há várias décadas, como é o caso do Zimbábue - um País africano – governado a fogo e ferro por um ditador que assumiu o governo através de uma guerrilha, onde o Presidente Robert Mugabe, armado até os dentes e com um arsenal de fazer inveja a qualquer guirrilheiro latino americano (Farquiano) subtraiu o rumo de uma Nação que até então tinha uma economia estável e com divisas internacionais suficientes para manter a governabilidade, sem inflação, com possibilidade de desenvolvimento etc.
Hoje, esse País sofre com uma inflação gigantesca (na ordem de 1.000% ao ano) e todas as agruras de um governo sangüinário que age com todas as suas forças bélicas para reprimir, censurar, amordaçar direitos, praticar abusos de toda ordem, deixando seu povo à mercê de uma mente insana que age com truculência contra todas as tendências liberais ou ideológicas que clamem por mudanças.
O próprio ex-presidente sul-africano Nelson Mandela (prêmio Nobel da paz) – que há muito via esse calvário – mas preferia calar-se para não interferir nas ações do atual Presidente da África do Sul, Thabo Mbeki - que tem se esforçado para resolver esse problema diplomático - teve de manifestar-se e abriu sua voz para que o Mundo ouça seu brado, condenando as ações grotescas daquele Governo africano que – a todo custo – tenta impedir o avanço da democracia nas eleições que estão acontecendo naquele país sul-africano.
Ficou claro pelos noticiários internacionais que circularam nesses últimos dias, que o oposionista Morgan Tsvangirai, retirou sua canditura do pleito eleitoral – e que reunia forças políticas suficientes para derrotar Robert Mugabe – com base em ameaças veladas recebidas na campanha de que sua vida corria riscos constantes. Tanto é assim que esse político não só retirou sua condidatura como procurou asilo numa embaixada da Holanda na Capital de Zimbábue (Harare). Esse líder oposicionista foi o mais votado no primeiro turno das eleições naquele País. Morgan Tsvangirai havia conquistado 48% do eleitorado, enquanto Robert Mugabe 43%. O partido do oposicionista Tsvangirai (MDC) declarou para o mundo que 86 pessoas de seu grupo político foram mortas e 200 mil que teriam votado na oposição, foram expulsas de suas próprias casas, como retaliação.
Os vários chefes de Estado que se manifestaram sobre o episódio político desenvolvido em Zimbábue, deixaram de reconhecer a lisura do certame político, dizendo que não reconhecerão o possível eleito, uma vez que o processo eleitoral é viciado porque conduzido de forma impositiva pelo atual Governo.
A própria ONU, através do seu Conselho de Segurança, condenou por unanimidade as ações políticas do Governo de Zimbábue, reconhecendo que a violência implantada no pleito eleitoral supera qualquer expectativa de que o sufrágio seja livre e justo, no que se refere à real intenção de votos de sua população, que inclusive tem medo de votar contra o déspota Robert Mugabe.
O segundo turno das eleições está designado para esta próxima sexta-feira (27) e não há ninguém no mundo que impeça a sua realização, pois sem o líder oposicionista (que foi forçado a retirar sua condidatura), a eleição tem “cartas marcadas” e certamente será eleito o tirano Robert Mugabe, por mais um período.
O atual candidato a Presidência dos Estados Unidos – Barack Obama – egresso de um país africano – preocupado com o desenrolar dos acontecimentos pede mais ação da ONU, criticando-a pela sua ação de 'passividade', desejando que seja mais atuante e pregue uma política impositiva, já que o atual governo não entende uma outra linguagem.
Já os países vizinhos – inteirados dos abusos praticados pelo atual Governo – clamam por algum resquício de sensibilidade por parte do tirano, fazendo moções para que seja adiado o pleito do segundo turno, até que as interferências internacionais possam equacionar o problema através da diplomacia e do bom senso, mas tem-se notícias de que o Governo do Zimbábue, fazendo vistas grossas a qualquer tipo de protesto externo ou interno, intensifica as ações de truculência e de intimidações aos eleitores e por essa razão cerca de 300 oposicionistas pedem abrigo em embaixadas localizadas no sul da África.
Enfim, para nós que estamos num continente tão longícuo, vendo todas essas barbáries praticadas por quem devia ser exemplo de grandeza, ficamos torcendo para que haja uma interferência iminente, através de ações diplomáticas, para que o povo possa gozar de um direito inerente à sua essência humana, que é a liberdade de expressão e de escolha.