...E NÓS QUE PENSÁVAMOS SER ADULTOS...
Nós transformamos as travessuras de quando éramos crianças em crimes passionais. Nós transformamos o simples em muito complicado. Trocamos tanto os nossos pés que agora nem sabemos para onde estamos indo, e a distãncia só aumenta. A cigana leu a nossa sorte e cismamos que a sorte poderia ser ainda melhor. O resultado é o meu coração do avesso, por tanto procurar pela parcela que possa ter sobrado lá dentro. Não encontrei nada e ainda não soube o que fazer com todo o sangue que ficou nas mãos e roupas. Ninguém morreu nessa desordem de emoções, mas esse sofrer que não para talvez seja muito pior. Me explica porque o vento balança só o seu vestido, Me explica também porque só as minhas camisetas se sujam tanto nestes dias tão limpos. Acho que meus sonhos foram empacotados por engano naquela caixa que se perdeu na mudança. A lembrança desse episódio é péssima, perdi algumas identidades também. Não deveríamos ter sacramentado nosso amor cético e pagão. Não deveríamos ter separado nossos lábios naquela manhã de calor intenso onde o suor incomodava nossos olhos. Quando eu abri a porta para sair, percebi que diversas coisas também saíram dali, mas um pouco antes, sem que pudesse identificar o que era. Eu sei que a culpa não é tua pelo que se tornou diferente. Eu também não sou culpado pelo que aconteceu com a gente. Nós tivemos a opção de aceitar e seguir em frente, mas preferimos cometer todos os erros que nos eram abomináveis, entre eles o de não aceitar o amor eterno, o mesmo amor que hoje nos incendeia de tão quente. E os dias continuam passando...
"...i'm so sorry
why do you come here
when you know it makes
things hard for me..." MORRISEY