Aos meus irmãos.

Essa semana está sendo um tanto quanto confusa emocionalmente para mim, porque foi exatamente por esses dias que me dei conta de que estou crescendo e é necessário "cortar o umbigo". Sou um modelo de garota não típico, amo minha família acima de tudo, sofro por eles, morro por eles e não duvido que fosse capaz de matar também, porém ando esquecendo de socorrer alguém que anda precisando muito mais da minha atenção, eu mesma. Quando fecho meus olhos e penso no meu futuro, não há um acontecimento em que a presença dos meus familiares não esteja, entretanto posso eu não estar inclusa nos projetos deles e talvez seja muito mais legal da minha parte deixá-los sós. Minha ausência pode ser o maior gesto de amor que eu possa oferecê-los.

Sou totalmente apegada aos meus "meninos", e aos dias que passo dentro de casa assistindo futebol com eles na TV, foi muito difícil ouvir o garotinho que eu tentei ensinar todas as minhas boas maneiras, as quais minha segundo minha própria mãe já nasci sabendo, pedir para que eu "tome conta da minha vida" e deixe a dele em paz. Só que tudo isso muda de figura numa noite de sexta ou de sábado à noite, quando meu irmãozinho “pré-adolescente” precisa de alguém para levá-lo a alguma festa ou ir jantar com a namoradinha, neste momento eu estou ali disponível, solitária e maternal para atendê-lo. Isso precisa acabar.

Portanto estou tentando mudar, até mesmo porque o conflito é muito mais complexo do que este texto me permite relatar, não vou abandoná-los jamais e nem preciso receber o mesmo amor em troca, só que a partir de agora vou procurar não passar tanta segurança deste amor.

Está doendo e é dor de amor. Amo vocês!