Crônica doce, quase açucarada
Edson Gonçalves Ferreira
Ontem, meu telefone tocou e, ao atendê-lo, senti que um anjo entrava em minha casa. Na mesma hora, a Emília e o Pequeno Príncipe, que me visitavam, ficaram com raiva. Eles não admitem que eu deixe-os de lado para conversar com outra pessoa e, naquele momento, quando ouvi a voz do outro lado, me esqueci de tudo. Adivinhem quem era?... Sei que estou fazendo suspense. Até a Rainha de Copas disse que vai cortar minha cabeça.
_Fala, poeta maldito, quem ligou para você!
Bem, quem me ligou foi uma anja que, agora, já deve ser arcanja. Ela mora aqui, no Brasil, mas mora pertinho do “homem”. Daquele homem de quem muita gente gosta e muita gente não gosta. Mora na terra concebida pelo JK, o incrível mineiro que, queiram ou não queiram, foi um dos melhores presidentes destes Brasis. Agora, todo mundo já sabe, não? Estou falando da Claraluna, essa nossa querida recantista que, como Clara, clareia, como Luna, enfeita o nosso céu.
A voz de Claraluna era pura música aos meus ouvidos. Fiquei, ali, com o telefone na mão, ouvindo-a e, depois, falando mais que maritaca na chuva. Claraluna é uma moça versátil, inteligente, fina, humildade, amável, adorável mesmo. Ela falava e eu bebia cada sílaba e, depois, matraqueava de volta. Acredito que ela ficou um tanto preocupada com a minha verborréia. Falo pelos cotovelos, afinal sou geminiano.
Quando acabou o nosso papo – acabou nada, encerrou a ligação – ao desligar, eu já estava com saudade e, então, foi um tal de passar e-mail para a Sônia, para a Malu, para a Susana e, depois, ligar para meus amigos daqui, em Divinópolis, contando da ligação. Pena que não consegui contar para a Fernanda, mas ela não pára em casa. Danada!...
Assim que Claraluna desligou, levei um susto, porque, parados, de orelha em pé, na porta do escritório, estavam: o Pequeno Príncipe, a Fada Sininho, o Marquês de Rabicó, o Peter Pan, o Pinóquio, a Lebre Maluca, a Rainha de Copas e todos queriam saber cada detalhe de nossa conversa. Eu só respondi: _ Não é da conta de vocês, foi só um papo entre amigos, coisas de poetas.