Não Sejamos Peruás (Reflexão sobre Flexibilidade)
Peruá: Diz-se do grão de milho que mesmo sob forte calor não estoura para virar pipoca.
Vejamos o exemplo citado:
O milho, quando submetido a calor excessivo e constante, mesmo com sua casca dura e resistente, acaba por ceder, assim vem a estourar se tornando uma deliciosa, branca e vistosa pipoca!
Porém, dentre muitos grãos, sempre existe aquele que persiste em não estourar, a esses damos o nome de peruá. Este tenta resistir ao calor intenso, mas acaba se queimando por inteiro.
Muitas vezes agimos como pipocas ou peruás. Nossas experiências de vida são como o mesmo processo de fazer pipoca: Nossos problemas, conflitos, dores e adversidades são como o fogo. Esse mesmo nos proporciona tamanha pressão, que chegamos ao ponto de escolher se vamos ser pipoca, ou seja, nos adaptarmos e mudar á nós mesmo para poder viver em harmonia, ou se vamos ser peruás, cabeças dura, que mesmo vendo que aquela situação jamais irá mudar, insiste também permanecer inerte.
Agora pare e reflita: Vale à pena?
O mundo a nossa volta não vai mudar. As pessoas também não. Você liga a TV hoje e as noticias são as mesmas: assaltos, morte, corrupção. Se a iniciativa de mudança não partir de cada um de nós, tudo continuará da mesma forma, seremos eternos peruás, a cada dia mais cansados e deprimidos.
Você vir a mudar de opinião ou atitude não é sinônimo de cabeça fraca, e sim de evolução, flexibilidade e de compreensão da necessidade de uma mudança urgente.
Agora existe o porém:
Não podemos confundir a questão de flexibilidade com passividade. Não podemos abaixar a cabeça para tudo e todos sem antes questionar se essa mudança tem fundamento. Mas o mundo seria diferente se nos puséssemos um no lugar dos outros de vez em quando, trabalhando assim a compreensão.
Ame seu próximo como a si mesmo.
Trabalhe para o próximo em prol da sua alegria, da expansão dos seus pensamentos, pois maior que o bem que estarás a fazer a ele é o bem que fazes a ti mesmo.
*Crônica escrita baseada numa palestra da FEESP.
* Idéia central da palestra provavelmente extraída do texto "A pipoca" de Rubem Alves.