PÉTALA POR PÉTALA
Toda vez que penso em você, aparece um botão dentro do meu peito; uma rosa se abrindo, pétala por pétala, feito menino sorrindo sem jeito ao pensar nela. Sinto que ao repetir o seu nome, meu peito vira redemoinho e o coração vai bombeando devagarzinho, segredos e verdades que não ouso te dizer, pois palavras não podem descrever certas crônicas da alma que se propagam pelo ar, mas mesmo com um pouco de receio de mexer em vespeiro, salto e me jogo por inteiro nessa jornada que é te amar.
Já amei tanto errado, mas me diga quem certo há de amar? Amor é tentar, e mesmo ao errar, continuar amando. Amar é mergulhar sem medo, é pássaro que acorda cedo só para a vida cantar. Toda vez que faço esse mergulho, confesso que tenho medo de me afogar. Sou pisciano que não sabe nadar, sou marinheiro com medo do mar. Tenho medo do seu canto de sereia, sei lá onde vai dar; por isso quando a jóia do peito abre e o verde esmeralda começa a pulsar, viro moleque e me jogo no barro, na areia; sem ter medo de me sujar, pois sei que é tarde demais, já estou dentro desse amor que é demais para não compartilhar.
Cada vez que estou aqui dentro e olho essa imensidão, mas me surpreendo com o que cabe no coração; por isso escrevo essa prosa, numa tentativa surreal de descrever essa rosa que abre e fecha quando penso em ti. É amor sem jeito de controlar, por isso pega um pouquinho nesse meu versar e medita um tantinho naquilo que tento, tento, mas não consigo explicar. Essa rosa que habita no peito não precisa de jardineiro para desabrochar. Não necessita de canteiro. Essa rosa é assim, exige de você, de mim, o contribuir, o compartilhar, o sintonizar com o que há de mais belo na vida: amar.