AMANTE Á MODA ANTIGA
 
Ele sim. Sempre fora um amante á moda antiga. Por mais que tudo se tornasse difícil, lá estava ele pronto para servi-la. Não por deixá-la sentir-se sempre feliz. Não por chegar pontualmente na hora marcada. Pois antes de qualquer coisa lá estava ele esperando por ela com um ramo de flores. Beijava assim a mão daquela que por ele sempre fora amada. Simplesmente, para dar todos um bom exemplo de um homem fino. 

               
Pra começo ele tinha um porte elegante. Nada para ele era excepcional, com muita dedicação sempre fora bom um musico. Um boêmio. Porque não dizer um ensaísta, um cronista e acima de tudo para muitos um bom poeta. Ela nem sequer se incomodava dizia que tudo estava a contento. 

               
Mas certo dia ela não suportou e, imagine você o que ela aprontou quando o viu tocar a frente daquelas que um dia fora tiete de Bolinha. Bolinha, sempre em seus programas brincava com aqueles que estavam diante a câmara, não tanto quanto Chacrinha, que simplesmente eternizou a Terezinha. Mas com certeza era o nome daquela que sempre sorrira ao ver seu amado ganhar o troféu abacaxi. 

                 
O troféu era sempre entregue aquele que de algum modo se destacava, e ele simplesmente era um destaque. Por certo, mandou fazer um fraque verde com algum detalhe amarelo que servisse muito bem para se parecer com o Visconde de Sabugosa do sitio do Pica-pau. Programa baseado nas historias de Monteiro Lobato.  Mas não fujamos do assunto, o nosso amante á moda antiga tinha um amigo que dizia entender aquele muito bem. 

                   
Fazia quase tudo ao contrario e dizia-se ser certamente igual a muitos daquelas que naquela cidade gostavam de ser tratadas como filhos mais que especiais. Pois um homem que escreve poemas e gosta de oferecer flores a sua amada, por certo já não exista. Daqueles que ao sentar numa mesa mostrava-se ser cavaleiro, e puxava a cadeira para que a mesma se sentasse de frente ou ao seu lado. 

             
Esse poderia se dizer que hoje poderia ser contemplado com um zero a esquerda, e quase ninguém pagava para nada dele ver. Pois diante de tantas para resumir um pouco a nossa história ele voltou para Minas Gerais, como todo mineirinho que se presa lá na cidade de Valadares.  

                 
Com um terno todo branco, uma rosa na lapela e um chapéu de massa, ele nunca deixou de lado seus costumes. Quando de súbito certo dia alguém veio me dizer que aquele companheiro, fora embora para não voltar nunca mais. Despediu-se dos seus e deixou assim comigo a única incumbência, que eu pudesse repartir esta com os demais.