HUMILDADE, DISCERNIMENTO E ÉTICA, PILARES DO ESCRITOR.
O ato de publicar um texto é Sagrado e merece todo o cuidado por parte do escritor. Percebo que, as vezes, estamos apressados e querendo um texto para dividir com os amigos e amigas do Recanto das Letras e nos apressamos em encontra-lo e finaliza-lo. Certo buscar as palavras que nos fazem bem e que nos propiciam um contato mais amplo com os outros escritores recantistas. Porém, será que precisamos escrever por escrever e ter sempre em mãos uma poesia, uma frase, um conto, uma homenagem, um haicai, etc.?
Falo isto por uma questão simples: na pressa podemos não filtrar os nossos escritos que mereceriam a nossa publicação. Claro que muitos não têm este objetivo de seleção do que publicam, apenas publicam, de forma sincera certamente, todavia, despreocupada com uma coerência interna do que postam. Fico eu na linha dos que gostam de preparar com calma, com critério e seguindo uma lógica pré-existente suas publicações. Levo horas, muitas das vezes, para terminar um poema de não mais de 4 estrofes pequenas. É uma opção particular.
Quando publico já procurei dar o máximo de mim, dentro das minhas possibilidades: de conhecimento e criatividade. Não sei ir contra esta determinação que mora em mim, de escrever sem pressa e somente nas horas de Inspiração, claro que com muita transpiração.
A palavra é a minha arma de defesa e de transformação. Eu utilizo-a para me desnudar e me dar às pessoas. Nela está uma parte de mim que se expressa através da Inspiração, dos sentimentos que guardo em mim e da forma como encaro e compreendo a Vida em sociedade e a minha particular, valendo-me da humildade, do discernimento do que é justo publicar e da ética.
Vejo, as vezes, uma certa despreocupação com o que se coloca na Tela. Será justo conosco, recantistas queridos, publicar nosso texto sem cuidar de sua apresentação, do bom-português, da escolha correta da categoria onde devemos postar o texto? Eu procuro o melhor local, busco discernir, através das categorias possíveis, aonde melhor se encaixa a minha publicação.
Ter a ética da escolha correta, ter o prazer em decidir com correção o título da obra postada, ter o respeito para com o leitor que irá lê-lo escolhendo um tema saudável, uma escrita que não seja carregada de preconceitos é uma atitude honesta e duradoura, penso eu. Não adianta crer que o leitor irá ter maior prazer em lê-lo porque você escreve sempre da mesma forma e publica sempre com o mesmo título, ou similar, e posta numa mesma categoria. O leitor não se emociona pelo título, pela categoria do texto, ele se emociona pelas palavras que podem toca-lo profundamente e lhe dar momentos de prazer e elevação d´alma. Emocionar vale muito mais do que qualquer contagem, não é verdade, amigos recantistas?
A nossa ética começa desde o início: da criação do texto, na formatação da postagem e no escolher correto da sua categoria. Vejo uma luta pela audiência, na página de um grupo de escritores, ser motivo para o desprovimento da preocupação com o texto em si e seu valor. Em outros casos, vejo autores valerem-se da propaganda em excesso e esquecerem do próprio caminho para ser bem-lido e não apenas clicado: buscar o melhor de si na hora de escrever.
Acredito que publicar um texto, vender um livro, anunciar uma publicação sejam valiosas armas para quem deseja buscar um lugar ao sol! Porém, também acredito que seja necessário mais tempo buscar para o aprimoramento de nossa criação do que ter mais tempo em divulgar a nossa obra. O tempo é senhor de nosso destino, ele dirá o nosso valor Literário, queiramos ou não acreditar nele. Toda a pressa é uma inimiga para os que sonham ser reconhecidos.
Creio, alçar o patamar de escritor de valor e para quem desejar: tornar-se Profissional das Letras são necessários dois elementos encontrar: primeiro, sua identidade própria, podemos dizer: uma forma de escrita particular e segundo, passar de mero reprodutor de idéias, formas e temas existentes em excesso.
Ser escritor com algum valor literário, hoje em dia, é ir além do que já se tem publicado na net ou impresso, acredito nesta afirmação, e buscar, com paciência e muito trabalho, espaço, consciente e calcado no Conhecimento dentro do mundo das Letras (mesmo que sem publicar em livro impresso nenhuma obra).
Enfim, fique claro que a busca do sustento e popularidade não são as metas primeiras do escritor e sim o que me moveu a escrever esta crônica: a humildade, o discernimento e a contínua ética, aliados estes princípios de uma Verdade que está viva dentro em nosso Interior e que pede-nos um casamento perfeito entre: PENSAMENTO E AÇÃO em tudo que escrevermos e postarmos.