VOCÊ TEM BOA MEMORIA?
Na semana passada precisei preencher uma ficha cadastral numa repartição pública e o atendente foi me perguntando o número do CPF, da identidade, do título de eleitor, do telefone, do Cep, etc. Confesso que tive que olhar os meus documentos um por um, pois não sabia, ou melhor, não recordava os números de série.
Ao meu lado um jovem ditou para a moça que o atendia os números de todos os seus documentos, telefones tudo mais que a atendente lhe perguntava; sem precisar conferir nada. Ele tinha todos os números retidos na memória; senti-me humilhado. Se por um lado a velhice traz consigo a experiência, por outro lado nos humilham e nos tornam incapazes e inaptos para tantas coisas.
Descobri que depois de certa idade o mundo torna-se lento. A vida passa em câmara lenta.Somente assim podemos acompanhá-la.
A memória sem dúvida é um dos pontos mais afetados nos colocando em situações vexatória.
A memória tem um grande significado na vida de uma pessoa e a maior parte de seu êxito está na sua dependência.
Em primeiro lugar, representa um extraordinário avanço, pois suprime ou saneia muitas lacunas que podem ser atribuídas à personalidade ou à formação, e que de outra maneira não passariam despercebidas.
A memória varia de indivíduo para indivíduo. Mas é considerada indispensável a todos os que pretendem se conduzir com sucesso na vida. Conhecem-se excelentes vendedores que assim o são exatamente por possuírem uma memória desenvolvida a um ponto tal que, logo à primeira vista gravam o nome do cliente.
Todos ficamos lisonjeados ao sermos lembrados pelo nosso próprio nome.
É um caminho certo para a ampliação das relações sociais ou profissionais.
Uma das primeiras preocupações dos homens bem sucedidos foi sempre a de gravar nomes, não importando se o indivíduo objeto de suas relações ocupasse ou não uma alta posição na vida. Outros costumam desenvolver sua memória ao ponto suficiente para reconhecer uma pessoa vista uma única vez, nem que vários anos tenham se passado.
Somente quem vive no mundo dos negócios ou da administração sabe como é importante a memória para nomes e fisionomias.
É bastante conhecida a história de um grande e conhecido empresário brasileiro que catalogava todas as pessoas que eram por ele atendidas, inclusive os assuntos tratados e até os pormenores da conversa. Isso sem contar a data de aniversário e outras de interesse.
Quando a pessoa voltava meses e até anos depois, antes de ser atendida, ele verificava a ficha, se inteirava da última conversa e assim assombrava o interlocutor com a sua “prodigiosa memória”.
Nada existe de mais humano do que tratar uma pessoa pelo seu nome, sem o desagradável “como é mesmo que você se chama”, ou, “não me lembro de já o ter visto alguma vez”. Isto tonifica como desinteresse e pouco caso, dando uma impressão inteiramente negativa.
Quando não temos interesse numa pessoa, não temos memória para seu nome nem para sua fisionomia. O caso muda de figura quando acontece o inverso. Tudo, como se vê, é uma simples questão de interesse.