Vencedor da pobreza e desigualdade
Acabara de nascer e deparava-se com a figura que pretendia de estar ao seu lado em todos os momentos de sua vida. Sorriu-lhe desconcertado e pôde observar o quão horroroso era aquele quadro.
Sentido sem sincronia, mal conseguia respirar. Sentiu fome e sede, percebeu então que não seria atendido.Teve medo; por ímpeto, soltou seu primeiro grito de desespero. Ainda soluçando, ficou entorpecido, silenciou, adormeceu.
Nu, desdentado, pálido, raquítico, indesejado, estava perplexo. Nas poucas horas de consciência irracional resumiu-se a nada, desejou tornar ao interior .
Via aproximar-se de si uma caricatura fria, mórbida e distante. Olhava-lhe com desprezo, balbuciava algo e afastava-se rapidamente. Novamente pôs-se aos prantos, suspirou, calou-se...
Passado o tempo, ia adaptando-se naquele mundo injusto e desumano, já não se importava mais o que lhe acontecera, queria mesmo era diversão. Brincava com a miséria, entre guetos, barracos e palafitas, crescia junto aos desesperançosos. Zombava da vida.
Convivera adjetivado. Descamisado. Favelado. Desamparado. Sem teto. Excluído. Oprimido. Achou graça e caçoou de seu futuro, não se atinha a quaisquer virtudes que viesse trazer-lhe dignidade. Era o que lhe cercava. Via a morte de perto, dia após dia... Tráfico. Armas. Violência. Preconceito. Classes, grupos. Elites e afortunados. Desigualdade. Explodiu em revolta.
- Que posso fazer? Não tenho escolha. Fui selecionado à pobreza. Só me resta esperar.
Esperava a morte como quem aguarda o último trem na estação, sujeito aos acasos do destino, exposto ao risco de perder a passagem... Ela não veio. Avarento.
Resignado, deprimiu-se e decidiu partir. Algo o direcionava a tomar novos rumos.
Caminhou durante horas, meses, anos. Percorreu caminhos inusitados, passou obstáculos, transpôs barreiras, contestou pragmatismos, conheceu pessoas, tornou-se respeitado. Foi amado. Amou. Tornou-se vencedor.
Refletiu sobre o que havia acontecido, não conseguia entender como pudera ascender sobre situações que outrora lhe aprisionara seu direito de ser. Lembrou-se dos amigos que fizera, conselhos que ouvira, oportunidades que lhe foram postas. Pessoas que lhe referenciaram. Notou que não era preciso dar-lhe um destino pronto e por si só poderia construí-lo, necessitava apenas ser lembrado. Um peso, uma medida.
Tivera acesso aos livros que abriram sua mente e injetaram a vontade de cidadania e lhe deram coragem em buscar o sucesso. Foi membro efetivo de uma sociedade. Aperfeiçoou seu espírito e tornou-se gente.
Chegou a faculdade, dominou artes, ciências, línguas, culturas. Diplomou-se na vida e pôde passar aos seus filhos toda sua experiência de vida em uma carreira diplomaticamente social.
Jamais restringir direitos civis. Todo homem tem direito ao acesso.
Acabara de nascer e deparava-se com a figura que pretendia de estar ao seu lado em todos os momentos de sua vida. Sorriu-lhe desconcertado e pôde observar o quão horroroso era aquele quadro.
Sentido sem sincronia, mal conseguia respirar. Sentiu fome e sede, percebeu então que não seria atendido.Teve medo; por ímpeto, soltou seu primeiro grito de desespero. Ainda soluçando, ficou entorpecido, silenciou, adormeceu.
Nu, desdentado, pálido, raquítico, indesejado, estava perplexo. Nas poucas horas de consciência irracional resumiu-se a nada, desejou tornar ao interior .
Via aproximar-se de si uma caricatura fria, mórbida e distante. Olhava-lhe com desprezo, balbuciava algo e afastava-se rapidamente. Novamente pôs-se aos prantos, suspirou, calou-se...
Passado o tempo, ia adaptando-se naquele mundo injusto e desumano, já não se importava mais o que lhe acontecera, queria mesmo era diversão. Brincava com a miséria, entre guetos, barracos e palafitas, crescia junto aos desesperançosos. Zombava da vida.
Convivera adjetivado. Descamisado. Favelado. Desamparado. Sem teto. Excluído. Oprimido. Achou graça e caçoou de seu futuro, não se atinha a quaisquer virtudes que viesse trazer-lhe dignidade. Era o que lhe cercava. Via a morte de perto, dia após dia... Tráfico. Armas. Violência. Preconceito. Classes, grupos. Elites e afortunados. Desigualdade. Explodiu em revolta.
- Que posso fazer? Não tenho escolha. Fui selecionado à pobreza. Só me resta esperar.
Esperava a morte como quem aguarda o último trem na estação, sujeito aos acasos do destino, exposto ao risco de perder a passagem... Ela não veio. Avarento.
Resignado, deprimiu-se e decidiu partir. Algo o direcionava a tomar novos rumos.
Caminhou durante horas, meses, anos. Percorreu caminhos inusitados, passou obstáculos, transpôs barreiras, contestou pragmatismos, conheceu pessoas, tornou-se respeitado. Foi amado. Amou. Tornou-se vencedor.
Refletiu sobre o que havia acontecido, não conseguia entender como pudera ascender sobre situações que outrora lhe aprisionara seu direito de ser. Lembrou-se dos amigos que fizera, conselhos que ouvira, oportunidades que lhe foram postas. Pessoas que lhe referenciaram. Notou que não era preciso dar-lhe um destino pronto e por si só poderia construí-lo, necessitava apenas ser lembrado. Um peso, uma medida.
Tivera acesso aos livros que abriram sua mente e injetaram a vontade de cidadania e lhe deram coragem em buscar o sucesso. Foi membro efetivo de uma sociedade. Aperfeiçoou seu espírito e tornou-se gente.
Chegou a faculdade, dominou artes, ciências, línguas, culturas. Diplomou-se na vida e pôde passar aos seus filhos toda sua experiência de vida em uma carreira diplomaticamente social.
Jamais restringir direitos civis. Todo homem tem direito ao acesso.