A SUBLIME MISSÃO DO EDUCADOR

“Os sábios hão de brilhar como relâmpagos;

os que educaram muitos para a justiça

brilharão para sempre como estrelas”.

(Dan. 12,3)

Educar não é uma tarefa fácil, porque a criança é um adulto em potencial, um ser em desenvolvimento, sensível, emotivo, maleável e frágil como um botão desabrochando. Diante do mesmo estímulo, cada criança tem reações diferentes. Seu quociente de inteligência, é individual; por estes e outros requisitos o maior ou menor nível de aprendizado é relativo. Todos somos responsáveis pela formação dos educandos, os pais, os educadores, o país, através dos governantes em cujas mãos se encontram os recursos financeiros gerados pelo povo e que devem ser aplicados e revertidos com justiça em benefício do próprio povo.

Durante treze anos (1960 a 1973), ministrei aulas específicas em Santo Antônio de Lisboa, para alunos de primeira à terceira séries do 1º grau. Convivi harmoniosamente com crianças e pré-adolescentes, compartilhando com seus pais, que se tornaram amigos e colaboradores. Foi um período importante de aprendizagem e em minha vida. Lá atravessei a risonha quadra da juventude sentindo-me feliz por ajudar a acender a chama do saber inerente ao educando, transmiti-lhes conhecimento, cultura, civismo e cidadania. Tornei-me amiga de simpáticas crianças que conquistaram minha fraterna amizade. Ao apresentar-me em sala, sentia o ar festivo através da troca de olhares brilhantes e afetuosos. Retribuía-lhes com um alegre sorriso e iniciava meu dia de trabalho.

Por um período de seis anos (1978 a 1983), exerci o magistério na disciplina Fundamentos Psicológico da Escola Normal Oficial de Picos. Em três anos consecutivos lecionei no curso de Saúde com especialização de segundo grau.

Constava entre os alunos pessoas de idade cronológica, estado civil e condições sociais diversificadas: adolescentes, adultos, solteiros, casados, mães de família, funcionários públicos e trabalhadores. Gente interessada em melhorar o nível intelectual e social, esforçadas até mesmo com o sacrifício de dupla jornada de trabalho. Entre os que trabalhavam e estudavam encontravam-se mães de famílias com pouco tempo disponível aos estudos. Nesses casos, o carinho e compreensão do mestre são muito importantes para o discípulo que precisa de seu auxílio, amizade e orientação. Mantive o princípio de educar, compreender e corrigir sem machucar, sem destruir sonhos, ao contrário, ajudando a construí-los. Decerto, encontrei também alunos relapsos que se contentavam em “pescar” na avaliação do aprendizado. Esses, é possível que tenham grandes barreiras, porque não se esforçaram em adquirir o conhecimento necessário para competir no concorrido mercado de trabalho.

Muitos a quem ensinei conseguiram prosseguir os estudos e alcançaram formação em Curso Superior ou ingressaram no mundo do trabalho informal.

Você que é professor, procure modelar os alunos com seu próprio exemplo. O exemplo vale mais do que as palavras. Em casa, na escola, num jardim, num hospital, jamais olhe com indiferença para uma criança: facilite ao máximo a estrada que ela vai percorrer e semeie de flores o caminho que ela palmilhar. Tenha paciência, responda de boa mente a todas as perguntas, porque os alunos são muito receptivos e ansiosos de aprender. Dê tudo o que pode, entregue-se à sua profissão como um sacerdócio dos mais sublimes, e tenha a alegria de ver uma plêiade de jovens que trabalharão em benefício de todos, e que foram formados por você.

(Pastorino, p. 126; 263)

LIMA,Adalberto; SOUSA, Neomísia. Saga dos Marianos